Donald Voet, da Universidade da Pensilvânia, deixou de ser um cristalógrafo reconhecido para se tornar um dos principais autores científicos dos Estados Unidos (foto: E.Geraque)

Bastidores do livro texto
20 de maio de 2004

Dono de uma trajetória científica atípica, Donald Voet, da Universidade da Pensilvânia, conta como deixou de ser um cristalógrafo reconhecido para se tornar um dos principais autores científicos dos Estados Unidos. É dele o popular Biochemistry

Bastidores do livro texto

Dono de uma trajetória científica atípica, Donald Voet, da Universidade da Pensilvânia, conta como deixou de ser um cristalógrafo reconhecido para se tornar um dos principais autores científicos dos Estados Unidos. É dele o popular Biochemistry

20 de maio de 2004

Donald Voet, da Universidade da Pensilvânia, deixou de ser um cristalógrafo reconhecido para se tornar um dos principais autores científicos dos Estados Unidos (foto: E.Geraque)

 

Por Eduardo Geraque, de Caxambu

Agência FAPESP - Fim da conferência "So you want to write a textbook", na reunião anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, realizada de 15 a 18 de maio em Caxambu (MG). O palestrante Donald Voet, professor do Departamento de Química da Universidade da Pensilvânia, dos Estados Unidos, após responder as perguntas da audiência, desceu do palco, quando foi novamente assediado. Teve que tirar fotografias e até dar autógrafos para os participantes.

"O contato cara a cara é importante. Trata-se de uma das principais formas de obter um retorno sobre o trabalho" disse à Agência FAPESP Voet, que trocou há alguns anos suas pesquisas na área de cristalografia pela dedicação à edição de livros textos sobre bioquímica.

"Isso não é um hobby. É o meu trabalho. Dedico muitas horas por semana à leitura de publicações da área", disse Voet, que também é um dos editores do Biochemistry and Molecular Biology Education Journal, além de ter lecionado na Universidade de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts

A transformação da carreira da Voet, que descobriu gostar bastante de escrever, coincidiu também com o desenvolvimento de uma importante ferramenta para qualquer pessoa que precise pesquisar algum assunto, a internet. Mas a rede mundial de computadores, segundo o cientista, ao mesmo tempo em que ajudou muito, passou até a atrapalhar em alguns casos. "A informação é muito maior hoje. É difícil garimpar o que é realmente importante."

Voet é um dos autores de um dos livros mais vendidos da bioquímica, o Biochemistry, lançada em 1995 e que acaba de ter publicada a sua terceira edição. "Existem várias razões para se decidir por uma nova edição, como a necessidade de atualização", disse. A nova versão é um terço maior do que a anterior, somando quase 4 mil páginas. Outro motivo para a reedição é mercadológico. "Uma edição, quando fica muito tempo nas livrarias, acaba fazendo com que os editores percam dinheiro", conta.

Apesar de ser um defensor vigoroso do livro em papel, forma que segundo ele vai demorar muito para desaparecer, Voet tembém não deixa de adequar o conteúdo de suas pesquisas para o mundo eletrônico. Além do livro, alguns CD-ROMs também são editados pelo cientista. Em suas publicações conta com a co-autoria da mulher, a também bioquímica Judith Voet, da Universidade Swarthmore, que também deu autógrafos em Caxambu.


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