Inovação foi apresentada durante Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa, na sede da FAPESP (foto: Bruno Avena)

Balões projetados com apoio da FAPESP ajudarão na segurança das Olimpíadas
31 de março de 2016

Inovação foi apresentada durante Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa, na sede da FAPESP

Balões projetados com apoio da FAPESP ajudarão na segurança das Olimpíadas

Inovação foi apresentada durante Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa, na sede da FAPESP

31 de março de 2016

Inovação foi apresentada durante Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa, na sede da FAPESP (foto: Bruno Avena)

 

Diego Freire | Agência FAPESP – Um conjunto de câmeras e equipamentos de comunicação embarcados em balões desenvolvidos com o apoio da FAPESP ajudará a Polícia Militar e a Guarda Municipal do Rio de Janeiro na segurança dos Jogos Olímpicos 2016, em agosto, na capital fluminense.

A inovação é resultado de pesquisas realizadas com recursos do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e foi apresentada por Bruno Avena de Azevedo, sócio-diretor e pesquisador responsável da Altave Indústria, Comércio e Exportação de Aeronaves Ltda., durante o Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa, segunda-feira (28/03), na sede da Fundação.

“Trata-se de aeróstatos (plataformas mais leves do que o ar) cativos, que atendem a requisitos de estabilidade e com múltiplas aplicações, podendo embarcar uma série de missões, incluindo equipamentos de radiocomunicações, câmeras e radares. De posse dessa tecnologia, é possível, por exemplo, prover sensoriamento estratégico para o país em áreas de fronteira, como na Amazônia, e links de comunicação para regiões remotas, universalizando a banda larga, entre muitas outras soluções”, explicou Avena.

Os balões ficam presos ao solo por meio de um cabo e funcionam como uma espécie de “torre flexível”, içando equipamentos diversos a até 300 metros de altura de forma rápida e com custo reduzido. No caso dos aeróstatos desenvolvidos pela empresa para as Olimpíadas, um conjunto de quatro balões com câmeras observará uma área de 4 km de raio ininterruptamente a 200 metros de altura, com visão de 360°. De acordo com Avena, é a primeira vez que a tecnologia será usada nos Jogos Olímpicos.

“Essa inovação em nível mundial só foi possível graças ao esforço de pesquisa por trás da tecnologia, que garantiu a viabilidade da sua aplicação sem desconsiderar a segurança do espaço aéreo, respeitando-se a legislação brasileira para o uso de aeróstatos, e dos sistemas embarcados, que foram exaustivamente estudados quanto a sua adequação à plataforma”, afirmou.

A partir do projeto Plataformas mais leves que o ar para múltiplos usos, a Altave foi capaz de projetar aeróstatos suficientemente estáveis com tecnologia nacional.

Nas Olimpíadas, serão utilizados quatro balões de 6 metros de diâmetro, que retêm o gás hélio e sustentam os equipamentos numa gôndola, estrutura presa ao invólucro e que suporta os equipamentos de fornecimento de energia, de interface de dados e de monitoramento. Um cabo com a função primária de resistência mecânica, prendendo o balão ao solo e evitando que ele voe sem direção, fará o transporte dos dados coletados e da energia elétrica, sua função secundária. Abaixo, um guincho iça e recolhe o cabo por meio de comandos remotos.

Os balões das Olimpíadas serão posicionados entre os clusters onde ocorrerão os jogos: Barra da Tijuca, cobrindo as áreas do Parque Olímpico, do Rio Centro, da Vila dos Atletas, do Campo de Golfe e da Vila de Mídia; Copacabana, abrangendo a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Estádio Copacabana, o Forte, a Marina da Glória e o Parque do Flamengo; Deodoro, cobrindo o Centro Nacional de Hipismo, o Centro Nacional do Tiro, a Arena de Deodoro, o Parque de Pentatlo Moderno e os circuitos de mountain bike, canoagem e hockey; e Maracanã, abrangendo os estádios do Maracanã, Maracanãzinho e João Havelange e o sambódromo.

A solução de aeróstatos para emprego tático, caso das Olimpíadas, conta ainda com um sistema de monitoramento da saúde do sistema, controlando parâmetros de pressão interna dos balões, força aplicada ao cabo e temperatura ambiente, entre outros, fornecendo subsídios ao operador para tomadas de decisões. Foram realizados ainda testes com tiros de fuzil: dos 39 disparos feitos, 18 foram traçantes, mas não houve dano ao equipamento, pois os balões murcharam aos poucos, como previsto, e a queda não foi abrupta.

Os pesquisadores da Altave trabalham agora no projeto Desenvolvimento industrial e comercial de aeróstatos cativos de baixa altitude para múltiplas missões, no âmbito da fase 3 do PIPE, realizado junto ao Programa de Apoio à Pesquisa em Empresa (PAPPE) da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e intitulado PIPE/PAPPE Subvenção. Entre os objetivos está o aprimoramento da tecnologia para que ela seja aplicada sem a necessidade de um operador, permitindo seu uso em ambientes remotos por tempo indeterminado e ampliando as possibilidades na área de telecomunicações.

Chamada de propostas

Durante o Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa, a equipe da FAPESP responsável pelo PIPE deu orientações a empresários e pesquisadores interessados em, a exemplo de Avena, obter recursos do programa para desenvolver pesquisas voltadas a inovações.

“O caso da Altave evidencia o potencial da iniciativa privada de São Paulo para a inovação e a pesquisa científica como importante caminho para isso. A FAPESP realiza periodicamente esses encontros com a comunidade acadêmica e empresarial para facilitar o acesso de boas ideias aos meios que podem ajudá-las a se tornar realidade”, disse Sérgio Queiroz, membro da Coordenação Adjunta da área de Pesquisa para Inovação da Fundação.

O encontro foi uma oportunidade para que as empresas interessadas em apresentar projetos ao PIPE esclarecessem dúvidas antes do encerramento do prazo do segundo ciclo de análise de propostas do programa para 2016, 2 de maio.

O PIPE apoia a execução de pesquisa científica e tecnológica em microempresas e empresas de pequeno porte, com até 250 empregados, sediadas no Estado de São Paulo.

Os projetos devem ser conduzidos por pesquisador com vínculo empregatício com a empresa ou a ela associado e as propostas podem ser desenvolvidas em duas etapas: a primeira, de demonstração da viabilidade tecnológica do produto ou processo, tem duração máxima de nove meses e recursos de até R$ 200 mil; a segunda, de desenvolvimento do produto ou processo inovador, tem duração máxima de 24 meses e recursos de até R$ 1 milhão.

Mais informações sobre a chamada de propostas vigente estão disponíveis em www.fapesp.br/pipe/chamada-2-2016.
 

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