Para Jonathan Foley, da Universidade de Wisconsin, é preciso definir áreas prioritárias para uma ação política mais eficaz na Amazônia (foto: E.Geraque)
Manter o equilíbrio entre as funções ambientais da Floresta Amazônica e as necessidades humanas na região é fundamental, assim como definir áreas prioritárias para políticas mais eficazes. A opinião é de Jonathan Foley, da Universidade de Wisconsin
Manter o equilíbrio entre as funções ambientais da Floresta Amazônica e as necessidades humanas na região é fundamental, assim como definir áreas prioritárias para políticas mais eficazes. A opinião é de Jonathan Foley, da Universidade de Wisconsin
Para Jonathan Foley, da Universidade de Wisconsin, é preciso definir áreas prioritárias para uma ação política mais eficaz na Amazônia (foto: E.Geraque)
Agência FAPESP - Não importa a variável que se leve em consideração. Seja o clima, ciclo do carbono, regime de chuvas ou a saúde da população, tudo será impactado por qualquer ação que ocorra na Floresta Amazônica. São conseqüências que podem ser locais ou globais, dependendo da magnitude com que a análise for feita.
A partir desse mosaico de variáveis, chega-se a duas grandes forças principais que agem sobre o contexto amazônico. Para que a balança fique equilibrada – ao menos na teoria –, tanto as funções ambientais da floresta, no longo prazo, como as necessidades humanas, no curto prazo, devem ser consideradas. O que não se pode, segundo Jonathan Foley, pesquisador da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, é olhar apenas para um dos lados.
"Um bom desenho ecológico para se enquadrar todas essas questões é o mesmo seguido para a definição dos ‘hotspots’ de biodiversidade", disse o pesquisador na 3ª Conferência Científica do LBA (sigla em inglês para Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), em Brasília. O que Foley quer dizer é que, no caso da Amazônia, o ideal seria definir áreas prioritárias para uma ação política mais eficaz.
Um dos exemplos dado pelo cientista norte-americano está relacionado com a questão da saúde da população. Em algumas áreas do entorno de Manaus, por exemplo, os índices de malária estão altos, por causa, principalmente, do desmatamento. Esse seria um ‘hotspot’ importante, que poderia ser atacado de forma imediata. No caso da malária, diminuir o desmatamento e aumentar o saneamento básico da região pode satisfazer tanto as necessidade humanas como as funções ambientais da floresta.
Segundo Foley, em casos em que o balanço não ocorre, deve-se continuar buscando satisfazer os dois lados, e não apenas um. "É o caso da pecuária e da agricultura de grãos", cita. Para o cientista, optar por esse único caminho, no caso da Amazônia, é escolher a estrada do fracasso.
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