Composto com bactérias chega a aumentar o peso da soja em até 20% (foto: Esalq)

Bactérias promotoras do crescimento
09 de setembro de 2004

Pesquisa feita na Esalq, em Piracicaba, obtém composto com bactérias para melhorar produtividade no plantio de soja. O método, que chega a aumentar o peso da planta em até 20%, também pode auxiliar no combate a microrganismos que atacam lavouras

Bactérias promotoras do crescimento

Pesquisa feita na Esalq, em Piracicaba, obtém composto com bactérias para melhorar produtividade no plantio de soja. O método, que chega a aumentar o peso da planta em até 20%, também pode auxiliar no combate a microrganismos que atacam lavouras

09 de setembro de 2004

Composto com bactérias chega a aumentar o peso da soja em até 20% (foto: Esalq)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um composto de bactérias que está sendo testado em campo, desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, tem se mostrado capaz de aumentar o peso de algumas variedades de soja.

A idéia é melhorar o rendimento da soja sem que sua parte genética seja alterada. Os testes realizados em laboratório mostraram que três espécies de bactérias que se hospedam no interior da planta foram responsáveis por um aumento no peso entre 15% e 20%, resultando em uma maior produtividade na colheita dos grãos.

"Foram isoladas bactérias que interagem naturalmente com a soja para verificar características específicas que favorecem o crescimento acelerado da planta", disse a bióloga Júlia Kuklinsky-Sobral, que desenvolveu a pesquisa dentro de seu projeto de doutorado recentemente defendido na Esalq. "Além de fixar nitrogênio na planta, os hormônios vegetais das bactérias são capazes de solubilizar fosfatos que produzem nutrientes importantes para a soja, aumentando sua produtividade."

Segundo Júlia, nos testes realizados em campo, fatores como o local do cultivo e características do vegetal escolhido podem interferir nos resultados. "O grande desafio é isolar os tipos específicos de bactérias que tenham o mesmo grau de eficiência em diferentes regiões do país e em grande parte das plantações estudadas", explica.

O estudo, coordenado pelo professor de genética de microrganismos João Lúcio de Azevedo, com colaboração do biólogo Welington Luiz de Araújo e do agrônomo Rodrigo Mendes, pretende ainda viabilizar o aumento da produtividade da soja com a utilização de fungos capazes de exercer controle de patógenos na planta, inibindo o crescimento de microrganismos causadores de doenças.

"Com um controle biológico eficaz é possível evitar perdas e diminuir os custos de produção da soja, pois o método dispensa a utilização de compostos sintéticos ou agrotóxicos", disse Júlia.

Os pesquisadores estão ainda desenvolvendo maneiras de garantir que os fungos não prejudiquem as plantas, uma vez que alguns dos que beneficiam a soja podem também causar doenças. A previsão é de que o composto seja comercializado dentro de cinco anos.


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