Estudo avalia as condições de higiene em três feiras livres do Distrito Federal e encontra locais em que alimentos têm altos índices de contaminação ((foto: divulgação)

Bactérias ao ar livre
12 de julho de 2005

Estudo avalia as condições de higiene em três feiras livres do Distrito Federal e encontra locais em que alimentos têm altos índices de contaminação

Bactérias ao ar livre

Estudo avalia as condições de higiene em três feiras livres do Distrito Federal e encontra locais em que alimentos têm altos índices de contaminação

12 de julho de 2005

Estudo avalia as condições de higiene em três feiras livres do Distrito Federal e encontra locais em que alimentos têm altos índices de contaminação ((foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Feiras livres são sinônimo de alimentos frescos, limpos e de boa qualidade? Um estudo desenvolvido na Universidade de Brasília (UnB) verificou que nem sempre isso ocorre. Apesar de a maioria das feiras do país ser organizada, registrada e fiscalizada pelas subprefeituras locais, ainda assim é preciso ficar atento à higiene dos produtos.

A pesquisa Perfil higiênico-sanitário de feiras livres do DF e avaliação da satisfação de seus usuários analisou três feiras do Distrito Federal: Vicente Pires, Guará e Ceasa. Para identificar os riscos de contaminação, o economista Daniel Marchiori usou como referencial a lista de verificação de Boas Práticas de Fabricação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O estudo aponta que o consumidor que freqüenta as feiras encontra variedade, bom preço e atendimento personalizado. "Na maioria das vezes, porém, os produtos são disponibilizados ao consumidor de forma inadequada", disse Marchiori à Agência FAPESP. "As frutas e verduras, por exemplo, ficam muito tempo ao ar livre e os feirantes não utilizam vestimenta adequada para manipular os alimentos", conta.

Os maiores índices de inadequação verificados foram relativos ao transporte, armazenamento, exposição, manipulação, higiene pessoal dos feirantes, instalações das barracas e estado de conservação dos alimentos.

A satisfação da clientela foi avaliada por meio de um questionário de perguntas fechadas. "Noventa por cento dos consumidores não aprovaram os índices de higiene das três feiras em questão", disse. O perfil dos usuários foi variado: 76% mulheres e 24% homens, sendo que 80% das pessoas eram maiores de 30 anos.

O pesquisador verificou ainda que muitos alimentos estão em contato direto com o ferro e a madeira das barracas, materiais que são alvos de altos índices de contaminação por bactérias. "Além disso, restos de comida ficam espalhados pelo chão e há um acúmulo muito grande de insetos que podem contaminar os alimentos que estão sendo vendidos", alerta.

O estudo apontou que a falta de legislação para o setor foi um dos grandes impasses para a resolução desses problemas. "Não existem regras específicas visando a níveis satisfatórios de segurança alimentar, o que acaba dificultando muito o controle de higiene desses locais", lamenta Marchiori, que realizou a pesquisa durante o curso de especialização em qualidade em alimentos, realizado no Centro de Excelência em Turismo (CET) da UnB.

"Além da necessidade de maior fiscalização dos órgãos competentes, seria necessário a elaboração de leis mais rígidas com regras claras sobre toda a cadeia produtiva, desde o pequeno produtor até a venda final, passando pelo transporte e manipulação dos alimentos", aponta o pesquisador.


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