Na FAPESP Week, pesquisadores brasileiros discutiram os recentes avanços científicos e tecnológicos e as perspectivas para a produção sustentável de biocombustíveis no mundo (foto: JVInfante Photography/Wilson Center)
Na FAPESP Week, pesquisadores brasileiros discutiram os recentes avanços científicos e tecnológicos e as perspectivas para a produção sustentável de biocombustíveis no mundo
Na FAPESP Week, pesquisadores brasileiros discutiram os recentes avanços científicos e tecnológicos e as perspectivas para a produção sustentável de biocombustíveis no mundo
Na FAPESP Week, pesquisadores brasileiros discutiram os recentes avanços científicos e tecnológicos e as perspectivas para a produção sustentável de biocombustíveis no mundo (foto: JVInfante Photography/Wilson Center)
Agência FAPESP – A Bioenergia foi o tema de uma das sessões do simpósio FAPESP Week, encerrado na quarta-feira (26/10) em Washington, Estados Unidos, na qual pesquisadores brasileiros discutiram os recentes avanços científicos e tecnológicos e as perspectivas para a produção sustentável de biocombustíveis no mundo.
Glaucia Souza, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, apresentou resultados do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), do qual é um dos membros da coordenação. O objetivo do programa, segundo ela, é articular atividades de pesquisa e desenvolvimento em laboratórios e empresas para promover o avanço do conhecimento e sua aplicação na produção sustentável de energia a partir do etanol de cana-de-açúcar.
Em sua apresentação, Souza relatou a estrutura e divisões do programa, além de objetivos e resultados de alguns dos 56 projetos de pesquisa em andamento. A pesquisadora destacou a capacidade e resistência dos atuais cultivares para produção de alimentos e energia a custos compatíveis e o balanço energético positivo e baixa emissão de gases de efeito estufa das atuais variedades de cana.
Uma indústria bem desenvolvida no Brasil, segundo a pesquisadora, beneficia-se da produção de 80 toneladas de cana por hectare plantado, com uma produção de 28 bilhões de litros de etanol em 400 usinas instaladas no país. Souza ressaltou ainda que 47% da matriz energética brasileira é renovável. Em países em desenvolvimento é de 13% e cerca de 8% em países desenvolvidos.
A divisão de biomassa do programa trata da rota tecnológica da produção de biocombustível pela aplicação de técnicas de biologia molecular para aumentar a produtividade da cana. Segundo a professora, da forma como é possível fazer esse trabalho hoje, seriam necessários 12 anos para se chegar a essa variedade de alta produção.
“O que queremos é acelerar esse processo por meio da rota transgênica, usando marcadores moleculares”, disse Souza. Os projetos nessa divisão, segundo ela, estudam variedades de cana, fazem o sequenciamento do genoma da cana, e desenvolvem algoritimos para entender a complexidade do processo de geração de novas variedades, entre outros temas.
Perspectiva da indústria
Carlos Calmanovici, da ETH Bioenergia destacou o recente acordo firmado com a FAPESP e a criação de um Centro de pesquisa e desenvolvimento na empresa como uma oportunidade de desenvolvimento. A empresa possui duas usinas no Brasil e pretende colocar outras sete em operação para chegar a uma capacidade de produzir tês bilhões de litros de etanol até 14 milhões de litros de etanol até 2013.
Em sua apresentação, Fernanda Gandara, da Synthetic Genomics relatou o trabalho da companhia para desenvolver processos para síntese de produtos de interesse por meio da alteração do genoma de microrganismos.
“Estamos manipulando o genoma de leveduras e alga fotossintética para que elas realizem as funções que desejamos. A partir de fontes diferentes de carbono, como biomassa de plantas ou dióxido de carbono, esses organismos transformam o carbono absorvido em produtos de maior valor agregado, como, produtos químicos, biocombustíveis ou novas fontes de alimentos ou fármacos”, disse.
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