Estudos científicos derrubam o mito de que a Caatinga é uma região pobre em diversidade de espécies (foto:Ibama)
Evento que termina hoje, em Juazeiro (BA), marca o lançamento de documentos importantes em livro sobre o estado de conservação do único bioma 100% nacional. Apenas 2% do Semi-Árido está protegido legalmente. Novas áreas de conservação, dizem os cientistas, são necessárias
Evento que termina hoje, em Juazeiro (BA), marca o lançamento de documentos importantes em livro sobre o estado de conservação do único bioma 100% nacional. Apenas 2% do Semi-Árido está protegido legalmente. Novas áreas de conservação, dizem os cientistas, são necessárias
Estudos científicos derrubam o mito de que a Caatinga é uma região pobre em diversidade de espécies (foto:Ibama)
Agência FAPESP - Os mitos sobre a Caatinga, eternizados em verso e prosa por grandes escritores nacionais, estão todos no chão. Não existe mais a tradicional imagem de uma área pobre em riquezas de espécies, homogênea em termos de vegetação e ainda sem grandes centros de endemismo.
O livro Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Caatinga lançado nesta quarta-feira (28/4) em Juazeiro (BA), durante o seminário "A Sustentabilidade do Bioma Caatinga", é o principal responsável pela imagem que a ciência agora tem do Semi-Árido brasileiro.
"O estudo da fauna e da flora da Caatinga revela uma riqueza biológica muito grande", disse Monica Fonseca, uma das editoras da obra e bióloga da organização não-governamental Conservation International, à Agência FAPESP. A publicação é fruto de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, a Universidade Federal de Pernambuco e a Embrapa Semi-Árido, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
As análises mostram que, hoje, apenas 2% da zona do Semi-Árido do Brasil estão protegidas legalmente. "O sistema de áreas protegidas está muito aquém das reais necessidades. Um dos resultados da avaliação agora publicada é a identificação de novas áreas, bastante ricas, que devem ser conservadas", disse Monica. O livro é fruto de um workshop realizado por iniciativa do Governo Federal, em 2000.
A lista de regiões prioritárias é extensa. Entre as áreas mais importantes para a preservação da riqueza biológica do Semi-Árido estão o Vale do Peruaçu e o Vale do Jaíba, no norte de Minas Gerais, o corredor formado pelos parques nacionais da Capivara e das Confusões, no Piauí, e as dunas do médio São Francisco, na Bahia.
As contribuições da Embrapa para a região da Caatinga também foram consideradas importantes pela editora. A extração de lenha e de recursos minerais, além da salinização do solo, são três problemas ambientais graves na região. "Pesquisas da Embrapa Semi-Árido, por exemplo, mostraram que é possível desenvolver culturas na região, sem a necessidade de irrigação", disse Monica.
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