Pesquisa revela que a exposição de meninos ao pesticida endosulfan pode trazer sérias conseqüências para o desenvolvimento dos espermatozóides. Em vários países, inclusive no Brasil, a substância tóxica está totalmente proibida
Pesquisa revela que a exposição de meninos ao pesticida endosulfan pode trazer sérias conseqüências para o desenvolvimento dos espermatozóides. Em vários países, inclusive no Brasil, a substância tóxica está totalmente proibida
A pesquisa, publicada na edição de dezembro do periódico científico Environmental Health Perspectives, analisou 117 meninos, entre 10 e 19 anos, que estiveram expostos ao endosulfan durante a vida deles. A prevalência de anomalias encontradas nos testículos, induzidas pelo produto, foi considerada bastante alta. O número reduzido da amostra impediu que testes estatísticos fossem feitos.
Os cientistas indianos compararam os resultados obtidos para o grupo de garotos de Kerala com um outro conjunto de meninos que nunca estiveram expostos ao endosulfan. Eles também se certificaram de que os efeitos encontrados entre os 117 meninos estudados não foram provocados por algum outro tipo de produto tóxico.
É uma das primeiras vezes que experimentos científicos feitos na Índia conseguem identificar a relação danosa que existe entre a exposição ao endosulfan e a deterioração do sistema reprodutivo masculino. A principal interferência do pesticida é na síntese hormonal, segundo os resultados divulgados agora.
Em vários países, inclusive no Brasil, o uso do pesticida endosulfan é proibido. Entretanto, devido à sua alta eficácia contra pragas como, por exemplo, a broca do café, ele continua sendo usado, de forma clandestina, em algumas regiões. Recentemente, o Camboja, a Colômbia, a Alemanha, a Suécia, a Noruega e a Indonésia baixaram restrições ao uso do produto.
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