O trânsito de Vênus em frente ao sol será visto de forma parcial pelos brasileiros na próxima terça-feira
(Foto: Herbert Haab)

Astronomia à moda antiga
04 de junho de 2004

Na próxima terça-feira (8/6), quando Vênus surgir em frente ao Sol, centenas de grupos de astrônomos, amadores e profissionais, estarão trabalhando em rede para medir a distância entre Terra e Sol, como se fez em séculos passados

Astronomia à moda antiga

Na próxima terça-feira (8/6), quando Vênus surgir em frente ao Sol, centenas de grupos de astrônomos, amadores e profissionais, estarão trabalhando em rede para medir a distância entre Terra e Sol, como se fez em séculos passados

04 de junho de 2004

O trânsito de Vênus em frente ao sol será visto de forma parcial pelos brasileiros na próxima terça-feira
(Foto: Herbert Haab)

 

Agência FAPESP - Apesar de raro, o trânsito de Vênus à frente do Sol, que será visto na próxima terça-feira (8/6) no Brasil apenas de forma parcial, não provocará nenhuma grande revelação científica. Uma iniciativa de astrônomos europeus, entretanto, dará um ar nostálgico à observação do efeito, que não é visto da Terra desde 1882.

Anteriormente, nos séculos 17 e 18, o fenômeno, que ocorreu seis vezes nesse período, foi muito importante para os astrônomos. Por meio da observação do trânsito de Vênus – o planeta é visto a partir da superfície terrestre como um disco preto sobre o Sol – é que os cientistas mediram com boa precisão para a época a distância entre o Sol e a Terra. Hoje se sabe que essa medida equivale a 149.597.890 quilômetros.

Como na Europa será o melhor lugar para se ver o fenômeno, o Observatório Europeu do Sul, uma instituição sem fins lucrativos que reúne grupos de astrônomos de dez países, resolveu elaborar várias ações para a ocasião. Além de uma página na internet, que será alimentada com imagens coletadas a partir de 1,1 mil pontos de observação espalhados pelo globo, uma outra atração estará disponível on-line.

Os mais de 100 grupos cadastrados na página criada especialmente para o evento – três dos quais brasileiros – irão informar, entre outros dados, o tempo exato do início e do fim do fenômeno. Com esses dados, o Observatório Europeu do Sul pretende calcular, como no passado, a distância entre a Terra e o Sol.

Devem participar da rede de observação desde cientistas profissionais até grupos de alunos de escolas e universidades interessados na observação do céu.

A passagem de Vênus em frente ao Sol não será totalmente observada do Brasil, uma vez que o fenômeno deve começar, pelo horário de Brasília, às 2h13. Como o Sol vai nascer, no dia 8, às 6h28, apenas a partir desse momento é que a bola negra vai estar visível. O fenômeno deve terminar às 8h25. É bom lembrar que não se deve olhar diretamente para o Sol sem proteção aos olhos.

Como a "dança" de Vênus pelo Sol, planeta que apesar de vizinho da Terra tem condições ambientais absolutamente diferentes principalmente em relação às temperaturas altíssimas de sua superfície, segue um padrão cíclico, ela vai voltar a ser observada em 2012. Depois, apenas em 2105, 2113, 2233 e 2247.

Mais informações: http://www.vt-2004.org.


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