Grupo de Buracos Negros da USP utilizou as observações do Telescópio Espacial Fermi, da Nasa imagem: Nasa)

Astrofísicos brasileiros fazem a imagem mais nítida do céu em raios gama
29 de julho de 2021

Grupo de Buracos Negros da USP utilizou as observações do Telescópio Espacial Fermi, da Nasa

Astrofísicos brasileiros fazem a imagem mais nítida do céu em raios gama

Grupo de Buracos Negros da USP utilizou as observações do Telescópio Espacial Fermi, da Nasa

29 de julho de 2021

Grupo de Buracos Negros da USP utilizou as observações do Telescópio Espacial Fermi, da Nasa imagem: Nasa)

 

Agência FAPESP * – Uma equipe de quatro astrofísicos do Grupo de Buracos Negros da Universidade de São Paulo (USP) construiu um mapa do céu em raios gama. Eles afirmam ser o mais nítido que já foi produzido.

Radiação gama ou raio gama é um tipo de radiação eletromagnética de alta frequência produzida geralmente por elementos radioativos, processos subatômicos como a aniquilação de um par de pósitron e elétron. Esse tipo de radiação muito energética também é produzido em fenômenos astrofísicos de grande importância.

“Os raios gama são o tipo de luz com as maiores energias que podemos encontrar no Universo”, explica Raniere Menezes, um dos cientistas envolvidos na construção dessa imagem, em entrevista para a Assessoria de Imprensa do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP.

O trabalho é liderado pelo professor Rodrigo Nemmen, do IAG-USP, e teve financiamento da FAPESP, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e uma bolsa de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Para a construção do mapa, outro cientista do grupo, Lucas Siconato, disse para a Assessoria de Imprensa do IAG-USP que “o grupo atribuiu a cor vermelha à radiação gama de energia alta, cor verde para a luz gama de energia bastante alta e azul para a luz gama de energia altíssima. Para efeito de comparação, a radiação que aparece nessa imagem possui energia entre cem milhões e um trilhão de vezes aquela da luz visível, e é invisível aos olhos humanos”.

“Isso permite que a imagem realmente funcione como um mapa das fontes mais energéticas do céu e nos dê informações sobre que tipo de emissões temos em cada uma delas usando cores que nossos olhos podem distinguir”, disse Douglas Carlos, membro da equipe e bolsista da FAPESP Há duas estruturas importantes no mapa: a primeira delas é o plano da nossa própria Galáxia, que aparece na região central da imagem como uma faixa horizontal e bastante brilhante. A segunda são as bolhas de Fermi, que são vistas também na região central da imagem se projetando acima e abaixo do plano da Via Láctea. Elas são caracterizadas visualmente por uma cor azulada e estão associadas a alguma atividade recente de Sagitário A*, o buraco negro supermassivo localizado no centro da nossa Galáxia.

Para a construção desse mapa, os astrofísicos usaram as observações do Telescópio Espacial Fermi, da Nasa. O telescópio iniciou suas operações em 11 de junho de 2008 e continua funcionando, monitorando o céu em altas energias.

*Com informações da Assessoria de Imprensa do IAG-USP .
 

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