Artigo de capa da revista Nature discute a importância da amígdala cerebral e mostra como uma paciente com rara lesão voltou a reconhecer a expressão de medo nos rostos de outras pessoas (fotos: Nature)
Artigo de capa da revista Nature discute a importância da amígdala cerebral e mostra como uma paciente com rara lesão voltou a reconhecer a expressão de medo nos rostos de outras pessoas
Artigo de capa da revista Nature discute a importância da amígdala cerebral e mostra como uma paciente com rara lesão voltou a reconhecer a expressão de medo nos rostos de outras pessoas
Artigo de capa da revista Nature discute a importância da amígdala cerebral e mostra como uma paciente com rara lesão voltou a reconhecer a expressão de medo nos rostos de outras pessoas (fotos: Nature)
O que parecia ser óbvio deixou de ser depois que um grupo de cientistas nos Estados Unidos resolveu estudar como o mecanismo de reconhecimento do medo teria sido prejudicado pela lesão no cérebro. A pesquisa resultou no artigo de capa da revista Nature de 6 de janeiro.
O surpreendente no estudo, assinado por Ralph Adolphs, do Departamento de Neurologia da Universidade de Iowa, e colaboradores, foi a descoberta de que não é a lesão da amígdala que impede o reconhecimento de medo. Por uma série de testes feitos com a paciente e com um grupo sem a lesão, os pesquisadores descobriram que o problema está no direcionamento da informação que deveria ser feito entre a amígdala e o sistema visual.
A parte lesionada do cérebro não perdeu a capacidade de processar a informação vinda dos olhos – no caso, a informação de que a pessoa observada está sentindo medo. O que a paciente, identificada apenas pela sigla SM pelos cientistas, perdeu com a lesão foi a capacidade voluntária de fixar os olhos de outras pessoas.
Durante os testes, quando era pedido que se detivesse na região dos olhos de outro indivíduo, ela conseguia fazê-lo sem nenhum tipo de dificuldade. A partir daí, podia identificar a expressão de medo estampada no rosto observado.
Os resultados da pesquisa, ao mesmo tempo em que reforçam a importância da amígdala no reconhecimento do medo e de outros sentimentos, também abre caminhos considerados instigantes pelos autores do artigo. Os portadores de autismo, por exemplo, também têm dificuldades em reconhecer os sentimentos humanos expressos por meios dos olhos.
O artigo A mechanism for impaired fear recognition after amygdala damage, de Ralph Adolphs, Frederic Gosselin, Tony Buchanan, Daniel Tranel, Philippe Schyns e Antonio Damasio, pode ser lido no site da revista Nature, em www.nature.com
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