Pesquisas feitas nos EUA descobrem que grande parte dos artigos científicos publicados na internet simplesmente desaparecem

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15 de abril de 2004

Pesquisas feitas nos EUA descobrem que grande parte dos artigos científicos publicados na internet simplesmente desaparecem. Um dos estudos mostrou que 12% dos endereços mencionados no The New England Journal of Medicine e na Science sumiram apenas dois anos após a publicação

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Pesquisas feitas nos EUA descobrem que grande parte dos artigos científicos publicados na internet simplesmente desaparecem. Um dos estudos mostrou que 12% dos endereços mencionados no The New England Journal of Medicine e na Science sumiram apenas dois anos após a publicação

15 de abril de 2004

Pesquisas feitas nos EUA descobrem que grande parte dos artigos científicos publicados na internet simplesmente desaparecem

 

Agência FAPESP - Dos milhares de artigos publicados anualmente em revistas científicas de todo o mundo grande parte ganha, além da versão em papel, um espaço na internet. Com a popularização da rede mundial de computadores, muitos são inclusive publicados apenas na versão eletrônica. Até aí, nenhuma novidade. O problema é que essa inclusão digital não significa permanência – e muito menos perenidade.

Um estudo feito pelo norte-americano Jonathan Wren, do Centro Avançado de Tecnologia Genômica da Universidade de Oklahoma, mostrou que grande parte dos artigos publicados na internet acabam em um limbo digital e os endereços onde deveriam estar retornam apenas as infames mensagens de "página não encontrada" no programa de navegação.

Após longa análise, Wren descobriu que, por exemplo, quase um quinto de todos os endereços mencionados na última década em resumos da Medline, um serviço do governo norte-americano extremamente popular entre a comunidade científica, simplesmente desapareceu. Segundo a revista Nature, Wren decidiu investigar o problema depois que encontrou um endereço não existente mencionado na Medline para um dos artigos que escreveu.

Outro cientista preocupado com o problema é Robert Dellavalle, da Faculdade de Dermatologia da Universidade do Colorado que, em outra pesquisa, verificou que cerca de 12% dos endereços de internet mencionados nos importantes periódicos The New England Journal of Medicine, The Journal of the American Medical Association e Science sumiram apenas dois anos após a publicação.

Dellavalle sugere o desenvolvimento de sistemas aprimorados de catalogação eletrônica, pois considera "inadequada" a resposta das editoras ao problema. "Os periódicos não estão fazendo coisa alguma para amenizar a situação. É impressionante o que tem desaparecido. Até mesmo um artigo que escrevi sobre preservação digital não se encontra mais onde deveria estar", disse à Nature.

O pesquisador da Universidade do Colorado acredita que, se os responsáveis pelas publicações solicitassem aos autores o envio das referências do artigo ao Internet Archive (www.archive.org), um projeto da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, além de manter cópias escritas do trabalho, o problema poderia diminuir. Pelo menos um periódico, o PLoS Biology está pedindo aos autores para usarem o Internet Archive.

Enquanto isso, outros editores estão trabalhando em uma iniciativa chamada CrossRef, que pretende fornecer códigos numéricos permanentes para documentos eletrônicos, de modo que eles não se percam, mesmo com a mudança dos endereços de internet.


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