Pesquisadora da USP desenvolve, a partir da mitologia dos orixás, meios para ativar o estado de criação de atores teatrais
Pesquisadora da USP desenvolve, a partir da mitologia dos orixás, meios para ativar o estado de criação de atores teatrais. O diálogo dessa proposta, apresentada em forma de peça, é feita com quatro textos sobre Medéia
Pesquisadora da USP desenvolve, a partir da mitologia dos orixás, meios para ativar o estado de criação de atores teatrais. O diálogo dessa proposta, apresentada em forma de peça, é feita com quatro textos sobre Medéia
Pesquisadora da USP desenvolve, a partir da mitologia dos orixás, meios para ativar o estado de criação de atores teatrais
Agência FAPESP - Em termos simbólicos, os mitos que envolvem Iansã, a deusa dos ventos no candomblé, e Medéia, a feiticeira da mitologia grega, apresentam conceitos próximos. As duas, tomadas pela fúria, mataram por vingança. A primeira poupou apenas os filhos, algo que não ocorreu com a segunda.
No campo acadêmico, pelo menos no trabalho da atriz Luciana Saul, apresentado em forma de dissertação de mestrado à Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), candomblé e o teatro ocidental também estão em diálogo. A pesquisadora, a partir de elementos da cultura de tradição afro-brasileira, construiu situações para contribuir com o estado de criação do ator.
"A observação das festas, com os toques dos atabaques, por exemplo, e a mitologia dos orixás são potencialmente inspiradores", explica Luciana à Agência FAPESP. A partir de todo esse arcabouço teórico e prático foi possível criar uma modelagem para a energia que emana dos corpos dos atores em uma representação teatral.
O entrelaçamento, do ponto de vista prático, foi construído ao longo de um ano. Sob a direção da pesquisadora, quatro atores vivenciaram esse fluxo energético que, como entre os orixás, pode explicitar intensidade, sedução e espírito guerreiro. "Todo o trabalho de pesquisa ocorreu com o candomblé de São Paulo, onde existe uma relação forte com as noções do urbano", explica Luciana.
Do trabalho acadêmico para o palco. A pesquisa realizada na ECA culminou com a peça Itã Odu Medéia ("A história do destino de Medéia"), que será encenada a partir de abril, por dois meses, na capital paulista. "Depois vamos viajar", conta Luciana. A montagem, para ficar mais rica em simbolismos, é itinerante.
"Montamos o diálogo com o candomblé a partir de quatro versões da Medéia", conta a atriz. Os enredos dos orixás se misturam ao textos e cenas da Medéia de Eurípedes, de Sêneca, de Heinner Müller e da brasileira, representada pela peça Gota d’água, de Chico Buarque de Holanda.
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