Esforço para seqüenciar o genoma do arroz contou com pesquisadores de 10 países, inclusive o Brasil

Arroz com genoma
11 de agosto de 2005

Seqüência completa do genoma do arroz sai na Nature. É o primeiro artigo científico sobre as conclusões do projeto, conduzido desde os anos 1990 por um consórcio de dez países, entre os quais o Brasil

Arroz com genoma

Seqüência completa do genoma do arroz sai na Nature. É o primeiro artigo científico sobre as conclusões do projeto, conduzido desde os anos 1990 por um consórcio de dez países, entre os quais o Brasil

11 de agosto de 2005

Esforço para seqüenciar o genoma do arroz contou com pesquisadores de 10 países, inclusive o Brasil

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Um verdadeiro modelo biológico molecular para todas as gramíneas. O mapa genômico completo do arroz acaba de ser publicado pela revista Nature na edição desta quinta-feira (11/8). Trata-se do primeiro artigo científico sobre as conclusões obtidas por um consórcio de dez países, anunciadas em congresso no fim do ano passado, no Japão. O Brasil é um deles.

"Participamos em conjunto com os japoneses. Nós seqüenciamos uma fração de um dos cromossomos do arroz", disse Paulo Zimmer, do Centro de Genômica e Fitomelhoramento da Universidade Federal de Pelotas, à Agência FAPESP. Outros quatro pesquisadores, também do Rio Grande do Sul, assinam o artigo ao lado de dezenas de cientistas de diversos países.

Nos 12 cromossomos da espécie Oryza sativa, subespécie japonica, os pesquisadores identificaram 400 milhões de bases de DNA e 37.544 genes. "Esse é ao mesmo tempo um genoma pequeno, mas que serve muito bem como um bom modelo", explica Zimmer.

Segundo o pesquisador, a evolução simultânea do genoma do arroz e de espécies como milho, trigo, cevada, aveia e centeio, ao longo de milhões de anos, poderá facilitar o trabalho para todos esses vegetais a partir de agora. "Em alguns casos, as informações do arroz poderão ser usadas para outras espécies. Hoje, por causa do tamanho dos genomas, seria impossível seqüenciar as demais espécies", afirma Zimmer.

O projeto foi liderado pelo Japão, que no início dos anos 1990 decidiu que iria fazer sozinho o seqüenciamento do arroz, e depois, resolveu pedir ajuda para outros grupos internacionais. Além do Brasil, contou com a participação de países como Canadá, Estados Unidos, China, Índia, Tailândia, Taiwan, França e Reino Unido.

"As informações genômicas de agora, ao lado dos bancos de mutantes, poderão levar a resultados importantes, de muito interesse para a agricultura", afirma Zimmer. O arroz, consumido por mais da metade da população mundial, demonstra ter mais genes que a própria espécie humana.

O artigo The map-based sequence of the rice genome, do Projeto Internacional de Seqüenciamento do Genoma do Arroz, pode ser lido no site da Nature, em www.nature.com


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