Rotina de acasalamento do minador-dos-citros poderá ajudar os cientistas a controlar melhor a praga que ataca os citros

Armadilha química
07 de junho de 2005

Pesquisadores brasileiros conseguem sintetizar o feromônio sexual do minador-dos-citros, considerado um dos piores inimigos dos citricultores em todo o mundo. Descoberta pode ser útil para o controle químico da praga

Armadilha química

Pesquisadores brasileiros conseguem sintetizar o feromônio sexual do minador-dos-citros, considerado um dos piores inimigos dos citricultores em todo o mundo. Descoberta pode ser útil para o controle químico da praga

07 de junho de 2005

Rotina de acasalamento do minador-dos-citros poderá ajudar os cientistas a controlar melhor a praga que ataca os citros

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - A perseguição ocorre há algumas décadas. Vários grupos de pesquisa no mundo tentavam sintetizar o feromônio sexual da praga conhecida como minador-dos-citros. Mas na próxima sexta-feira (10/6), durante a Semana da Citricultura, em Cordeirópolis (SP), o anúncio do fim da procura será feito em português.

"Nosso grupo escolheu um caminho diferente dos demais. Investigamos o comportamento sexual do inseto e, por meio disso, conseguimos obter informações importantes", disse Maurício Bento, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, à Agência FAPESP.

"Foi por causa da escolha que conseguimos conhecer quem produzia o feromônio sexual (que, no caso, são as fêmeas), a idade que isso ocorre (durante o primeiro e o segundo dia de vida) e o horário de acasalamento (uma hora antes até trinta minutos depois do amanhecer)", explicou Bento. Segundo ele, todas as etapas são fundamentais para a obtenção do feromônio sexual.

O grupo que participou da descoberta contou com José Roberto Parra e Ana Lia Pedrazzoli, ambos da Esalq, Walter Leal, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e Evaldo Vilela, da Universidade Federal de Viçosa. A empresa japonesa Fuji Flavor também participou dos estudos, que contou com apoio da FAPESP, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

O sucesso do resultado veio depois da extração de 5 mil glândulas de fêmeas virgens. "O feromônio é específico de cada praga, o que o torna altamente interessante do ponto de vista de manejo", disse Bento. Com a síntese da substância química produzida pelo praga dos citros, os pesquisadores vão agora utilizar o feromônio em armadilhas, para capturar e monitorar o inimigo dentro dos pomares.

Com essa nova arma, a expectativa é conseguir barrar o cancro cítrico, mal que devasta as plantações dos citricultores e que está presente em todo o mundo. "No Brasil, a praga foi constatada pela primeira vez em 1996, no interior de São Paulo, mas não se sabe ao certo como o minador-dos-citros entrou no país", explicou Bento. As galerias formadas pela praga nas folhas é que torna mais fácil a penetração da bactéria do cancro cítrico.


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