Equipamento desenvolvido na UnB é mais barato e mais econômico

Ar úmido e barato
05 de outubro de 2005

Com peças simples, pesquisadores da Universidade de Brasília criam umidificador capaz de transformar o ar seco de um ambiente em vapor. O aparelho é mais barato e consome menos energia do que os modelos convencionais

Ar úmido e barato

Com peças simples, pesquisadores da Universidade de Brasília criam umidificador capaz de transformar o ar seco de um ambiente em vapor. O aparelho é mais barato e consome menos energia do que os modelos convencionais

05 de outubro de 2005

Equipamento desenvolvido na UnB é mais barato e mais econômico

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um ventilador utilizado em computadores, uma caixa plástica e pedaços de um papelão especial. Pesquisadores do Departamento de Engenharia Mecânica (ENM) da Universidade de Brasília (UnB) precisaram apenas desses itens para criar um umidificador acessível a grande parte da população carente de cidades que sofrem com períodos de baixa umidade relativa do ar. Em Brasília, por exemplo, isso é bastante comum.

"Estamos dimensionando um aparelho eficiente para uso residencial que mostrou ser capaz de umidificar com qualidade um ambiente de até 27 metros quadrados", disse João Manoel Dias Pimenta, coordenador do projeto e professor do ENM, à Agência FAPESP. O umidificador popular da UnB funciona somente com água filtrada e em clima seco. O sistema de resfriamento da evaporação não é eficiente quando o ar está úmido.

Pimenta explica que os umidificadores convencionais vendidos em lojas de departamento custam em média R$ 250. O modelo criado pelos pesquisadores deverá ser vendido por R$ 70 aproximadamente. A previsão é que o produto seja patenteado e comercializado até o segundo semestre de 2006.

Além de ser mais barato, ele é mais econômico que o vendido no mercado, explicam os pesquisadores. O aparelho consome 3 watts/hora de energia, enquanto os comerciais chegam a consumir 40 watts/hora. "O único gasto com energia no nosso equipamento é para a movimentação do ventilador. O aparelho convencional consome bem mais energia por utilizar um conceito mais complexo, conhecido como ultra-sônico", diz.

Os testes realizados no Laboratório de Ar Condicionado e Refrigeração (LaAR) do ENM são animadores: o protótipo conseguiu aumentar a umidade de um ambiente de 15 metros quadrados de 40% para 80%. "O aparelho funciona basicamente pelo processo de evaporação da água filtrada. Então, quanto mais o clima estiver seco, melhor será a transferência de água para o ar", explica Pimenta.

O pesquisador acredita que a invenção poderá auxiliar a população de baixa renda que sofre no período da seca com dores de cabeça, rinite, tosse e até pneumonia. O aparelho está entrando na fase de testes com pacientes com problemas respiratórios internados no Setor de Pneumologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB).

O trabalho Desenvolvimento de um Sistema de Umidificação Evaporativa de Baixo Custo – Análise de Viabilidade e Otimização de um Protótipo, de autoria do jovem Eduardo Fontes Silveira, foi apresentado no 11º Congresso de Iniciação Científica da UnB, em agosto de 2005.

Mais informações: www.laar.unb.br.


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