Projeto premiado oferece uma alternativa para tirar jovens das ruas por meio de atividades didáticas (foto: MRE)

Aprendizado na praça
30 de novembro de 2005

Projeto Escola Ambulante, que oferece alternativa para tirar jovens das ruas por meio de atividades didáticas, é o vencedor do Prêmio de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil

Aprendizado na praça

Projeto Escola Ambulante, que oferece alternativa para tirar jovens das ruas por meio de atividades didáticas, é o vencedor do Prêmio de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil

30 de novembro de 2005

Projeto premiado oferece uma alternativa para tirar jovens das ruas por meio de atividades didáticas (foto: MRE)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - O projeto Escola Ambulante, originado a partir de uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), foi o vencedor do Prêmio de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil 2005, na categoria Direitos da Criança e do Adolescente.

O projeto teve origem em pesquisa feita por Rubens Adorno, professor do Departamento de Saúde Materno-Infantil da FSP. O estudo, que contou com apoio da FAPESP, desenvolveu o conceito de "etnografia de rua", método que promove o mapeamento das diversas situações de risco em que se encontram os jovens nos grandes centros urbanos.

A partir do trabalho de Adorno foram realizados, desde 1994, quatro versões da Escola Ambulante em regiões diferentes da cidade de São Paulo. A coordenação ficou a cargo da Associação Beneficente Santa Fé, que oferece tratamento terapêutico a crianças e adolescentes com experiências traumáticas nas ruas.

Segundo os organizadores, das 518 crianças e adolescentes já atendidas pela iniciativa, 241 deixaram a vida nas ruas, tanto para voltar às suas casas como para ir a um abrigo.

Adorno explica que o projeto busca compreender e interferir no cotidiano das crianças e adolescentes. "Existem vários fatores que atraem jovens de classes populares para as ruas e o Escola Ambulante formula uma série de exercícios para tentar trazê-los de volta a seus lares", disse Adorno à Agência FAPESP.

Uma das estratégias é a formação de agentes e educadores de rua para oferecer atividades didáticas e gratuitas em praças públicas, como oficinas de artes plásticas, de música e de teatro. "Como é muito difícil tirar as crianças das ruas, partimos para uma abordagem de oferecer uma concepção lúdica de escola, a partir da qual formamos vínculos de aprendizado", conta Cláudia Magalhães, da Associação Beneficente Santa Fé.

A próxima intervenção do Escola Ambulante está prevista para o primeiro semestre de 2006, nos bairros de Moema, Jabaquara, Vila Mariana e centro da capital paulista.

Mais informações: www.tecnologiasocial.org.br


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