Aposta em tecnologia nacional
24 de julho de 2003

Brasil teve investimentos de US$ 2,8 bilhões em capital de risco entre 2000 e 2002, revela pesquisa. Enquanto nos EUA o número de empresas que recebeu financiamento caiu 56% no período, o crescimento por aqui foi de 7%

Aposta em tecnologia nacional

Brasil teve investimentos de US$ 2,8 bilhões em capital de risco entre 2000 e 2002, revela pesquisa. Enquanto nos EUA o número de empresas que recebeu financiamento caiu 56% no período, o crescimento por aqui foi de 7%

24 de julho de 2003

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Os investimentos em capital de risco no Brasil somaram US$ 2,8 bilhões entre 2000 e 2002, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Capital de Risco (ABCR), em parceria com a multinacional Thomson Venture Economics.

Os recursos no período foram aplicados em 183 empresas, das quais 42% estão sediadas em São Paulo. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com 14%, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 8%, Santa Catarina, com 5%, e Minas Gerais, com 3%. Os dados foram divulgados no evento O Capital de Risco no Brasil, realizado na quarta-feira (23/7), no Espaço Cultural Finep, no Rio de Janeiro.

A pesquisa verificou um declínio mundial de investimentos em capital de risco, motivado por instabilidades no cenário econômico. Nos Estados Unidos, nos últimos três anos, o declínio foi de 70%. O número de empresas que receberam investimento caiu em 56%.

No Brasil, o cenário verificado foi outro. O número de empresas brasileiras que receberam investimentos cresceu 7%, passando de 72 companhias, em 2000, para 77, em 2002.

"Apesar da queda do volume global de investimentos, a qualidade do mercado em geral melhorou muito. Os números mostram que o Brasil está muito bem encaminhado já que temos hoje mais de 40 fundos em plena atuação", disse Robert Binder, diretor executivo da ABCR, em entrevista à Agência FAPESP.

Apesar do otimismo, Binder alerta que o Brasil precisa avançar no percentual aplicado em empresas de base tecnológica, ainda muito baixo. Os setores de saúde e biotecnologia podem ser encarados como exceções, tendo apresentado crescimento significativo em investimentos. Em 2002, cinco empresas receberam US$ 19 milhões de dólares de capital de risco, enquanto que, em 2000, somente US$ 300 mil haviam sido investidos em duas empresas.

O estudo foi bancado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A Finep destinou R$ 90 mil para o projeto, que envolveu pesquisas com 46 potenciais investidores em capital de risco, além da geração de um boletim de notícias mensal e de um site, onde os resultados do levantamento estão disponíveis.

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