Rodrigo Arocena, da Universidade da República Oriental do Uruguai
(foto: Marcelo Honório)

Aplicação prática
01 de dezembro de 2003

Pesquisas apresentadas por Rodrigo Arocena, da Universidade da República Oriental do Uruguai, no evento "Percepção Pública da Ciência", que termina nesta terça (2/12), na FAPESP, mostram que a maioria da sociedade uruguaia acredita que investir em ciência e tecnologia ajuda a aumentar a oferta de trabalho

Aplicação prática

Pesquisas apresentadas por Rodrigo Arocena, da Universidade da República Oriental do Uruguai, no evento "Percepção Pública da Ciência", que termina nesta terça (2/12), na FAPESP, mostram que a maioria da sociedade uruguaia acredita que investir em ciência e tecnologia ajuda a aumentar a oferta de trabalho

01 de dezembro de 2003

Rodrigo Arocena, da Universidade da República Oriental do Uruguai
(foto: Marcelo Honório)

 

Agência FAPESP - O Uruguai apresenta uma sólida base social de apoio, quando o assunto são investimentos públicos em ciência e tecnologia. Duas enquetes realizadas no país, em 1996 e 2003, mostram com exatidão esse quadro.

"Na primeira pesquisa, 55% da amostra disse que investir em ciência e tecnologia tinha um custo/benefício positivo", disse Rodrigo Arocena, professor titular de Ciência e Desenvolvimento da Faculdade de Ciência da Universidade da República Oriental do Uruguai, durante o workshop "Percepção Pública da Ciência", que está sendo realizado na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) até terça-feira (2/12).

Em 2003, os números obtidos para o item da pesquisa anterior continuam altos, apesar de ter caído um pouco. "Dessa vez, 51% da população disse que o custo/benefício continua bom", disse Arocena.

Pela pesquisa realizada este ano, em que foram entrevistadas 1,2 mil pessoas, outras percepções sociais surgiram. Por exemplo, 59% dos entrevistados disse que investir em ciência e tecnologia ajuda a aumentar a oferta de trabalho no futuro.

A origem do financiamento em ciência e inovação tecnológica também está bem clara para os uruguaios. "Não há dúvidas. A população do país defende que o Estado seja o principal financiador da ciência nacional", disse Arocena à Agência FAPESP.

Se ainda existem outros pontos favoráveis aos defensores da ciência e da tecnologia – 70%, por exemplo, acham que as pesquisas se preocupam com problemas coletivos – vários obstáculos também surgem. Os três principais, em relação à percepção pública da ciência, estão revelados por três tipos de idéias coletivas.

"A população, muitas vezes, acredita que existem coisas mais importantes para se preocupar. Uma outra parcela declarou que não existem pessoas capazes no campo científico", disse. O terceiro fato complicador, segundo o pesquisador uruguaio, é que a sociedade não enxerga canais de participação adequados para acessar as inovações tecnológicas provenientes do setor de ciência e tecnologia.

Na visão de Arocena, estudos como esses apresentam a grande qualidade de se tornarem ferramentas fundamentais para que novas políticas públicas do setor tenham um respaldo social bastante amplo.


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