A Recepta receberá royalties relativos à comercialização da droga pela Mersana fora do Brasil (foto: Léo Ramos/FAPESP)
Tecnologia desenvolvida pela Recepta Biopharma com apoio da FAPESP foi licenciada para a empresa norte-americana Mersana Therapeutics
Tecnologia desenvolvida pela Recepta Biopharma com apoio da FAPESP foi licenciada para a empresa norte-americana Mersana Therapeutics
A Recepta receberá royalties relativos à comercialização da droga pela Mersana fora do Brasil (foto: Léo Ramos/FAPESP)
Karina Toledo | Agência FAPESP – A empresa brasileira Recepta Biopharma firmou um acordo com a norte-americana Mersana Therapeutics para licenciar a tecnologia de produção de um anticorpo monoclonal que poderá ser usado em terapias contra o câncer.
Anticorpos monoclonais (mAbs, na sigla em inglês) são proteínas produzidas em laboratório por um único clone de linfócitos B – um tipo de célula de defesa – extraído de camundongos cujos sistemas imunológicos foram estimulados pelos antígenos de interesse.
Os anticorpos desenvolvidos e testados clinicamente pela Recepta, com apoio da FAPESP, são capazes de se ligar de maneira muito específica a alvos tumorais, não tendo efeito sobre tecidos sadios.
“A Mersana detém a tecnologia para criar o chamado ADC (antibody-drug conjugate). Ou seja, eles usam um tipo de ligante para unir o anticorpo a uma toxina. Esse imunoconjugado entrega de maneira muito específica a toxina às células tumorais”, explicou Jose Fernando Perez, presidente da Recepta e ex-diretor científico da FAPESP.
Segundo os termos da parceria, a Recepta oferecerá à Mersana os direitos mundiais exclusivos sobre seu anticorpo monoclonal e a empresa norte-americana usará sua tecnologia conhecida como Fleximer para desenvolver um imunoconjugado contra alvos tumorais.
Os termos financeiros do acordo estabelecem que a Recepta receberá pagamentos à vista e pagamentos subsequentes por marcos que venham a ser atingidos no desenvolvimento, na aprovação regulatória e na comercialização da droga, que juntos podem alcançar um total de U$ 86 milhões.
Além disso, a Recepta receberá royalties relativos à comercialização da droga pela Mersana fora do Brasil. A Recepta terá o direito exclusivo de comercialização da droga no Brasil pagando royalties à Mersana sobre as vendas no país. A Mersana será responsável pela realização de ensaios clínicos e dos registros regulatórios necessários para a comercialização da droga.
“Esse é um evento único. Nunca na história da pesquisa em biotecnologia de fármacos no Brasil houve um licenciamento internacional de uma propriedade intelectual desenvolvida por empresa brasileira. Isso mostra que o modelo de pesquisa e desenvolvimento da Recepta funciona”, comemorou Perez.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.