Alessandro Sette fala sobre bioterrorismo e como o novo conceito de "imonômica" pode ajudar no desenvolvimento de vacinas e medicamentos contra ataques por microrganismos (foto: W.Castilhos)
Alessandro Sette, do Instituto La Jolla (EUA), fala sobre bioterrorismo e como o novo conceito de "imunômica" pode ajudar no desenvolvimento de vacinas e medicamentos contra ataques por microrganismos
Alessandro Sette, do Instituto La Jolla (EUA), fala sobre bioterrorismo e como o novo conceito de "imunômica" pode ajudar no desenvolvimento de vacinas e medicamentos contra ataques por microrganismos
Alessandro Sette fala sobre bioterrorismo e como o novo conceito de "imonômica" pode ajudar no desenvolvimento de vacinas e medicamentos contra ataques por microrganismos (foto: W.Castilhos)
Agência FAPESP – Nas palavras de um de seus inventores, Alessandro Sette, do Instituto La Jolla para Alergia e Imunologia, na Califórnia, a "imunômica" pode ser definida como sendo o mapa imunológico do hospedeiro, o qual permite visualizar como esse interage com um patógeno, sendo uma bactéria ou um vírus, e compreender como se dá a resposta contra esse agente.
"Quando um vírus encontra um hospedeiro, seja esse um camundongo ou o homem, o que é reconhecido? Nosso objetivo é medir a resposta, porque uma vez que se tem as ferramentas, torna-se possível usar esse conhecimento para desenvolver vacinas e medicamentos", disse o cientista italiano, que reside nos Estados Unidos desde 1986, durante o 13º Congresso Interncional de Imunologia, realizado na semana passada no Rio de Janeiro.
Sette e equipe estudam maneiras de lutar contra doenças por meio da análise da resposta imune a uma determinada infecção. O trabalho inclui o vírus influenza, o agente causal da meningite e de doenças como a Síndrome Respiratória Aguda (Sars) e a varíola, devido à crescente ameaça de bioterrorismo.
Segundo ele, muitos esforços têm sido feitos pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid) dos Estados Unidos no sentido de prevenir um possível ataque terrorista por meio do uso intencional de microrganismos, como vírus e bactérias.
"Existe ainda muito pouca informação sobre como o sistema imunológico enxerga patógenos responsáveis por doenças emergentes, como a gripe aviária, por exemplo", disse Sette.
Entretanto, o pesquisador descarta a possibilidade do uso do vírus da varíola – guardado em apenas dois laboratórios do mundo, um nos Estados Unidos e outro na Rússia – pelo bioterrorismo,
A abordagem realizada pelo imunologista tem ajudado a desvendar mistérios de como o corpo humano reage às infecções e, por sua vez, como os patógenos escapam do sistema imune, fazendo com que pessoas sucumbam às doenças.
"Acreditamos que a ‘imunômica’ poderá nos levar ao desenvolvimento de novas terapias profiláticas, para nos ajudar a lutar contra várias doenças", afirmou o pesquisador, que desenvolveu um banco de dados acessível a pesquisadores de todo o mundo por meio do endereço na internet http://www.immuneepitope.org, em projeto desenvolvido em parceria pelo Instituto La Jolla, o Niaid e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos.
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