Projetado para durar 90 dias, o jipe-robô Spirit completa em Marte a primeira órbita em torno do Sol, após vencer colinas aparentemente intransponíveis e percorrer 5 mil metros (Nasa)

Aniversário marciano
23 de novembro de 2005

Projetado para durar 90 dias, o jipe-robô Spirit completa em Marte a primeira órbita em torno do Sol, após vencer colinas aparentemente intransponíveis e percorrer 5 mil metros

Aniversário marciano

Projetado para durar 90 dias, o jipe-robô Spirit completa em Marte a primeira órbita em torno do Sol, após vencer colinas aparentemente intransponíveis e percorrer 5 mil metros

23 de novembro de 2005

Projetado para durar 90 dias, o jipe-robô Spirit completa em Marte a primeira órbita em torno do Sol, após vencer colinas aparentemente intransponíveis e percorrer 5 mil metros (Nasa)

 

Agência FAPESP - O jipe-robô Spirit, da Nasa, a agência espacial norte-americana, acaba de completar seu primeiro aniversário. Isso em Marte, onde um ano equivale a quase dois na Terra.

Projetado para operar por 90 dias marcianos, o pequeno veículo de seis rodas do tamanho de um carrinho de golfe continua em ação, tendo enviado mais de 70 mil imagens desde 4 de janeiro de 2004, quando pousou em Marte.

Os dados obtidos pelo Spirit, que tornaram possível um conhecimento muito maior do planeta do que se tinha até então, são considerados de extrema importância para o projeto de levar missões tripuladas a Marte nas próximas décadas.

Segundo a Nasa, em sua primeira órbita em torno do Sol, o Spirit sobreviveu a um verão e a um inverno e percorreu cerca de 5 mil metros. Parece pouco, mas é muito mais do que os cientistas imaginavam conseguir.

"Quando pudemos dar a primeira olhada ao redor, logo após o pouso, as colinas Colúmbia estavam a uma distância que parecia impossível de atingir. Mas o Spirit não apenas chegou ali, como se tornou o primeiro explorador a escalar um monte em outro planeta", disse Steve Squyres, professor da Universidade de Cornell e principal investigador do projeto, em comunicado da Nasa.

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos responsáveis pela missão foi manter o jipe "vivo" durante o inverno. Para isso, foi preciso calcular uma complexa rota de subida nas colinas de modo a que as placas solares pudessem se voltar ao máximo em direção aos raios solares.

"Além de carregar as baterias do Spirit, o percurso foi calculado também para evitar pedras e direcionar a antena de comunicações à Terra", disse Chris Leger, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e responsável pela movimentação do veículo.

O esforço valeu a pena. Ao subir as colinas, o jipinho obteve sucesso no principal objetivo da missão: achar sinais de que, em algum momento do passado, houve água na superfície marciana.

"Foi apenas por ter sido bem-sucedido na escalada que o veículo encontrou o que procurávamos", disse Ray Arvidson, da Universidade de Washington, em Saint Louis, e outro dos pesquisadores da missão. "Graças à tremenda energia do Spirit, foi possível descobrir pedras nas colinas Colúmbia formadas ou alteradas pela água e também a maior quantidade de enxofre já descoberta no planeta, na forma de sais de sulfato depositados pela água."

Após ter durado sete vezes mais do que o esperado, o Spirit sinaliza que não vai parar tão cedo. Os coordenadores da missão agora planejam novos destinos para o jipe robotizado percorrer, como uma distante região ao sul que eles já apelidaram de "terra prometida".

Mais informações: www.jpl.nasa.gov/missions/mer


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.