O próprio Museu Paulista faz parte da história de São Paulo desde o fim do século retrasado

Ângulos paulistanos
12 de janeiro de 2005

Museu Paulista da USP organiza ciclo de oito palestras para comemorar os 451 anos de São Paulo. Música, escravidão e o papel da mulher fazem parte da programação que começa dia 19

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Museu Paulista da USP organiza ciclo de oito palestras para comemorar os 451 anos de São Paulo. Música, escravidão e o papel da mulher fazem parte da programação que começa dia 19

12 de janeiro de 2005

O próprio Museu Paulista faz parte da história de São Paulo desde o fim do século retrasado

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - O ano é 1836. A cidade de São Paulo não era nem sombra do que é hoje. Naquele tempo, o censo registrou a existência de apenas 1.512 casas e 21 mil habitantes. As famílias, de modo geral, eram pequenas, com quatro integrantes no máximo.

O público que estiver presente no dia 24 de janeiro, às 14h, no auditório do Museu Paulista da Universidade de São Paulo – mais conhecido como Museu do Ipiranga – poderá saber mais sobre a vida na capital no início do século 19.

A palestra "São Paulo no tempo da maquete" é um dos eventos previstos para o ciclo "São Paulo conta a sua história", que será realizado durante o mês de janeiro nas dependências do museu. A alusão à maquete se explica. Existe no acervo do próprio museu uma réplica de São Paulo que mostra em detalhes a cidade em 1836.

"Naquele tempo, um dado que surpreende é que 28% dos chefes de família na cidade eram do sexo feminino. Hoje, esse número é de 22%", disse a historiadora Eni de Mesquita Samara à Agência FAPESP. A pesquisadora da USP, que será a palestrante do dia 24, também é diretora do Museu do Ipiranga e idealizadora do ciclo de palestras organizado em homenagem ao aniversário de 451 anos da capital, que será comemorado em 25 de janeiro.

Ao todo estão previstas oito palestras. A primeira delas, "São Paulo: tempos, vivências e imagens", sob responsabilidade de outra professora da USP, Esmeralda Bolsonaro de Moura, ocorre em 19 de janeiro, também às 14 horas.

"A recomendação foi para que novas abordagens fossem feitas. Muitos personagens, que construíram a vida cotidiana da cidade, ainda são desconhecidos do público", afirma Eni. O último evento será no dia 28.

Também faz parte dos temas a serem abordados pelos pesquisadores a escravidão na cidade e a relação da população com a música, que também recebeu uma boa acolhida entre a população paulistana ao longo dos séculos.

"Tudo será feito em um formato para agradar ao grande público, com muitas imagens. O museu tem que cumprir o seu papel de fazer essa interlocução entre a academia e a sociedade", afirma Eni.

A participação nas palestras é gratuita, mas as vagas são limitadas. Os interessados devem se inscrever por meio dos telefones (11) 6165-8006 ou 6165-8022. O serviço funciona das 9 às 12h e das 13h às 17 h.

A lista das palestras, que começam sempre às 14h e terão duas horas de duração é:

  • 19 de janeiro: Esmeralda Blanco Bolsonaro de Moura - "São Paulo: tempos , vivências e imagens"
  • 20 de janeiro: Rafael Ruiz González - "Os começos da vila de São Paulo: a construção de uma história multinacional"
  • 21 de janeiro: Madalena Marques Dias – "Arraial de Sertanistas"
  • 22 de janeiro: Denise Soares de Moura – "São Paulo entre o período joanino e o Império: o núcleo urbano e sua gente"
  • 24 de janeiro: Eni de Mesquita Samara – "São Paulo no tempo da maquete"
  • 26 de janeiro: Anna Gicelli G. Alaniz – "Escravidão e liberdade em São Paulo"
  • 27 de janeiro: José Adriano Fenerick – "A cidade na música: São Paulo em cantos e versos"
  • 28 de janeiro: Paulo de Assunção – "São Paulo imperial: uma cidade em transformação"



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