O físico Paulo Roxo Barja, professor da Universidade do Vale do Paraíba, fala sobre experiências de como a literatura e a matemática podem ser usadas em conjunto na sala de aula (foto: W.Castilhos)

Análise estatística de sonetos
19 de outubro de 2006

O físico Paulo Roxo Barja, professor da Universidade do Vale do Paraíba, fala sobre experiências de como a literatura e a matemática podem ser usadas em conjunto na sala de aula

Análise estatística de sonetos

O físico Paulo Roxo Barja, professor da Universidade do Vale do Paraíba, fala sobre experiências de como a literatura e a matemática podem ser usadas em conjunto na sala de aula

19 de outubro de 2006

O físico Paulo Roxo Barja, professor da Universidade do Vale do Paraíba, fala sobre experiências de como a literatura e a matemática podem ser usadas em conjunto na sala de aula (foto: W.Castilhos)

 

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP - Utilizar a matemática como uma forma adicional de análise literária, para quebrar as barreiras freqüentemente colocadas entre arte e ciência, tem sido a experiência posta em prática em escolas públicas do ensino fundamental e médio de São José dos Campos (SP).

A proposta de trabalho é de Paulo Roxo Barja, professor da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), e foi apresentada no Simpósio Ciência e Arte 2006, realizado na semana passada no Rio de Janeiro.

Físico formado pela Universidade Estadual de Campinas, com doutorado em bioquímica pela Universidade de São Paulo, Barja propõe em seu trabalho o que ele chama de "uma análise estatística de sonetos". Para tanto, selecionou sonetos de diferentes autores, como Shakespeare, Camões, Luis Fernando Veríssimo e Augusto dos Anjos.

"Escolhemos textos com termos e conceitos matemáticos", disse Barja à Agência FAPESP. Um dos textos selecionados é o poema Permuta, de Millôr Fernandes, "que usa o conceito matemático da permutação, que descreve as diferentes formas de arranjar um conjunto de elementos. No poema, Millor faz uma permutação de palavras".

"Ao dizer ‘ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão’, o autor faz uma progressão matemática até chegar ao resultado de um milhão. A partir daí, podemos então fazer vários questionamentos aos alunos: que operação você identifica no poema? Quais as progressões existentes na matemática?", explicou o professor.

Outro texto, que pode ser usado em aulas de biologia, é Linguagem, de Veríssimo, que fala de renovação celular e metabolismo. Segundo Barja, a interdisciplinaridade traz benefícios a curto e médio prazos. "Em geral, o aluno chega à faculdade com dificuldades em interpretar a proposta de uma questão, mesmo entendendo do assunto", disse.


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