Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP usaram técnicas computacionais para investigar como evoluiu, entre 2012 e 2017, a performance de 1,3 milhão de estudantes que participaram do exame (foto: Agência Brasil/arquivo)
Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP usaram técnicas computacionais para investigar como evoluiu, entre 2012 e 2017, a performance de 1,3 milhão de estudantes que participaram do exame
Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP usaram técnicas computacionais para investigar como evoluiu, entre 2012 e 2017, a performance de 1,3 milhão de estudantes que participaram do exame
Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP usaram técnicas computacionais para investigar como evoluiu, entre 2012 e 2017, a performance de 1,3 milhão de estudantes que participaram do exame (foto: Agência Brasil/arquivo)
Agência FAPESP* – Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) analisaram como evoluiu, entre 2012 e 2017, a performance de 1,3 milhão de estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os resultados do trabalho, descritos no Journal of Information and Data Management, apontam um avanço significativo das escolas da região Nordeste.
As análises foram feitas por meio de técnicas computacionais, com base em informações disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
O trabalho teve apoio da FAPESP por meio dos projetos “Mineração de Fluxos de Dados Frequentes e de Alta Dimensionalidade: estudo de caso em jogos digitais”, “Analisando dados complexos vinculados à COVID-19 para apoio à tomada de decisão e prognóstico” e “Mineração, indexação e visualização de Big Data no contexto de sistemas de apoio à decisão clínica (MIVisBD)”.
Os cientistas realizaram três tipos de análise: a primeira sobre a performance dos alunos em cada região do Brasil; a segunda comparando o desempenho dos estudantes de escolas públicas e privadas; e a terceira buscou entender a participação de alunos com deficiência.
Com o auxílio de alguns algoritmos desenvolvidos pelos próprios pesquisadores, foram calculadas as notas médias para cada uma das quatro áreas de conhecimento da prova – “Linguagens e Códigos”, “Ciências da Natureza”, “Ciências Humanas” e “Matemática” – e para a redação. Depois disso, os alunos foram divididos em três grupos: “baixo desempenho”, “médio desempenho” e “alto desempenho”.
O método permitiu traçar comparações entre a performance e a evolução dos estudantes em cada região do Brasil. A surpresa dos cientistas se deu, principalmente, ao investigarem o aumento da pontuação média do grupo de alto desempenho entre 2014 e 2017. Nos primeiros anos desse período, as regiões Centro-Oeste e Sudeste alcançaram as melhores pontuações. Mas, ano após ano, o Nordeste foi melhorando e, em 2017, tornou-se uma das regiões de melhor desempenho ao lado do Centro-Oeste.
“Nesse grupo de alta performance, nós percebemos que as escolas públicas do Nordeste foram crescendo ao longo dos anos até que alcançaram o segundo lugar, que pertencia anteriormente à região Centro-Oeste. Isso indica que, provavelmente, quem gere as escolas públicas do Nordeste passou a investir mais na preparação para o Enem, adotando novos métodos que originaram resultados mais satisfatórios. É um dado que indica a necessidade de outras pesquisas aprofundadas para tentar entender o que foi feito nessa região e, eventualmente, replicar as práticas de sucesso em outros locais”, avalia o mestrando Afonso Matheus Sousa Lima, em entrevista à Assessoria de Comunicação do ICMC.
Outro tópico avaliado pelos cientistas foi a taxa de participação dos estudantes por tipo de escola. Entre 2012 e 2017, os grupos de baixo e médio desempenho foram majoritariamente formados por alunos de escolas públicas. No grupo de alto desempenho, aconteceu um equilíbrio entre os tipos de escola. Um exemplo é o da região Norte, que apresentou durante todos os anos maior taxa de participação de alunos da rede pública.
Segundo os autores, a pesquisa evidencia como a ciência de dados pode ser uma importante aliada do poder público na construção de futuras políticas educacionais bem-sucedidas.
O artigo Analysis of ENEM’s attendants between 2012 and 2017 using a clustering approach pode ser lido em https://periodicos.ufmg.br/index.php/jidm/article/view/24835.
* Com informações da Assessoria de Comunicação do ICMC-USP.
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