Eduardo Viveiros de Castro, da UFRJ, defende a importância da troca de conhecimentos dos cientistas com as diversas sociedades (foto: NPR)

Ambigüidade social
15 de abril de 2005

Multiplicidade de posições subjetivas e a importância da troca de conhecimentos com as diversas sociedades são temas da conferência de Eduardo Viveiros de Castro, da UFRJ, no Congresso Mundial de Centros de Ciência

Ambigüidade social

Multiplicidade de posições subjetivas e a importância da troca de conhecimentos com as diversas sociedades são temas da conferência de Eduardo Viveiros de Castro, da UFRJ, no Congresso Mundial de Centros de Ciência

15 de abril de 2005

Eduardo Viveiros de Castro, da UFRJ, defende a importância da troca de conhecimentos dos cientistas com as diversas sociedades (foto: NPR)

 

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP - Se o 4º Congresso Mundial de Centros de Ciência, que terminou na quinta-feira (14/4), no Rio de Janeiro, tratou principalmente da relação entre ciência e inclusão social, oportunamente os índios e a natureza foram o tema da provocativa conferência do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, pesquisador do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Os povos indígenas costumam aparecer como ambíguos. Uma parcela significativa de trabalhos antropológicos apresenta uma visão natural, da população indígena em sintonia com a natureza. Já a ideologia ecológica apresenta uma visão sobrenatural, colocando os índios como detentores de mistérios inacessíveis à ciência. Existem aspectos problemáticos nessas interpretações", afirmou.

Contrapondo essas visões, Castro falou sobre o perspectivismo, ou a multiplicidade de posições subjetivas. "O perspectivismo é o multinaturalismo, a percepção de como determinados grupos vêem os outros. Nos vemos como humanos, mas as onças nos vêem como presas. Para elas, somos como as antas", contou

O antropólogo encerrou a conferência reafirmando a importância da troca de conhecimentos entre os cientistas e as diversas sociedades. "A filosofia indígena diz que as coisas não são o que parecem ser. Isso é muito importante", disse.


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