Amazônia desequilibrada
18 de fevereiro de 2004

Um dos mais antigos periódicos científicos do mundo, o Philosophical Transactions of the Royal Society, traz uma edição exclusiva sobre as florestas tropicais da América do Sul, com revelações de novas evidências das mudanças climáticas em curso no planeta

Amazônia desequilibrada

Um dos mais antigos periódicos científicos do mundo, o Philosophical Transactions of the Royal Society, traz uma edição exclusiva sobre as florestas tropicais da América do Sul, com revelações de novas evidências das mudanças climáticas em curso no planeta

18 de fevereiro de 2004

 

Agência FAPESP - Nas duas últimas décadas, a temperatura média na floresta amazônica subiu meio grau. Até o fim do século 21, as temperaturas deverão subir de três a oito graus, em impacto que poderá ser desastroso para o meio ambiente.

As afirmações são do tradicional periódico científico britânico Philosophical Transactions of the Royal Society, fundado em 1660 e responsável pela publicação dos principais artigos de Isaac Newton, cuja mais recente edição é totalmente dedicada à Amazônia.

Além da alteração da temperatura, as taxas de crescimento e morte da floresta também chamaram a atenção dos pesquisadores. Segundo os envolvidos na edição especial, nas décadas mais recentes a floresta amazônica chegou a crescer duas vezes mais rápido do que em períodos anteriores. Ao mesmo tempo, a queda de biomassa, devido à morte ou retirada das árvores, acompanhou o mesmo ritmo.

"Se por um lado o aumento da biomassa pode retardar de alguma forma os efeitos das mudanças globais, isso também pode mudar muito rapidamente", disse Oliver Phillip, da Universidade de Leeds. Para o pesquisador, autor de um dos artigos do especial, além das mudanças globais, o desmatamento na região é outro problema que preocupa bastante, por tornar o sistema vulnerável. Essas duas pressões sobre a floresta, calcula Phillip, poderão anular o efeito do aumento da biomassa em 20 anos.

Além dos apelos constantes pela conservação da Amazônia, os pesquisadores defendem a criação de corredores ecológicos para facilitar o deslocamento e a sobrevivência das espécies animais.

Um dos editores do Philosophical Transactions of the Royal Society, Yadvinder Malhi, resume a importância do momento atual. "De um lado, as pressões humanas. De outro, as mudanças climáticas globais. Essa situação é absolutamente inédita para a humanidade", disse.


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