Sílvia Rogatto, da Unesp de Botucatu, recebe prêmio Cientista Eminente de 2006 da América do Sul por pesquisa que identificou regiões do genoma ligadas ao leiomioma uterino, tumor comum entre mulheres jovens (foto: E.Geraque)

Alvos terapêuticos para o mioma
04 de outubro de 2006

Sílvia Rogatto, da Unesp de Botucatu, recebe prêmio Cientista Eminente de 2006 da América do Sul por pesquisa que identificou regiões do genoma ligadas ao leiomioma uterino, tumor comum entre mulheres jovens

Alvos terapêuticos para o mioma

Sílvia Rogatto, da Unesp de Botucatu, recebe prêmio Cientista Eminente de 2006 da América do Sul por pesquisa que identificou regiões do genoma ligadas ao leiomioma uterino, tumor comum entre mulheres jovens

04 de outubro de 2006

Sílvia Rogatto, da Unesp de Botucatu, recebe prêmio Cientista Eminente de 2006 da América do Sul por pesquisa que identificou regiões do genoma ligadas ao leiomioma uterino, tumor comum entre mulheres jovens (foto: E.Geraque)

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP - O International Research Promotion Council (IRPC) concedeu à professora Sílvia Regina Rogatto, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, o prêmio Cientista Eminente de 2006 da América do Sul.

O IRPC dedica-se a promover a ciência e o desenvolvimento socioeconômico em especial nos países em desenvolvimento. Segundo Sílvia Regina, o prêmio é decorrente de um artigo publicado na revista Molecular Carcinogenesis em 2005, sobre regiões do genoma relacionadas ao leiomioma uterino, tipo de tumor bastante comum entre mulheres em idade reprodutiva.

"O artigo teve base em pesquisa de pós-doutorado que fiz no Hospital Princesa Margaret, da Universidade de Toronto, no Canadá, em 1998, com apoio da FAPESP", disse a pesquisadora. O tema foi aprofundado na tese de livre-docência Caracterização Genética de Lesões Proliferativas Uterinas, em 2001.

Sílvia Regina orientou a estudante Renata de Azevedo Canevari em pesquisa que validou os dados do estudo. O trabalho de 2005 foi publicado pelas duas em conjunto com Anaglória Pontes, também da Unesp de Botucatu.

O leiomioma uterino – ou mioma uterino – pode ter sintomas clínicos sérios, como esterilidade, sangramentos intensos, dores abdominais e pélvicas. "Apesar de ser um tipo de tumor benigno e extremamente comum, pouco se sabe sobre sua origem. O tratamento geralmente implica cirurgia e retirada do útero", explica Sílvia Regina.

Há diversos fatores de risco associados ao mioma, como faixa etária dos 35 aos 55 anos, obesidade, etnia de origem africana, gravidez tardia, história familiar e uso de hormônios exógenos, como contraceptivos e terapias de reposição hormonal.

Utilizando a técnica conhecida como hibridação genômica comparativa (CGH), a pesquisadora estudou alterações em níveis de ganhos e perdas de DNA, permitindo a identificação de determinadas regiões do genoma envolvidas com a doença. "As perdas genômicas são importantes porque podem dar evidências de genes envolvidos com o processo tumoral", disse.

O estudo sugeriu a existência de, no mínimo, três regiões distintas mapeadas nos cromossomos 7 e 15 que poderiam conter genes supressores tumorais envolvidos no desenvolvimento dos miomas.

"As perdas encontradas nessas regiões confirmam dados preliminares obtidos com a metodologia CGH, que também revelou perdas cromossômicas nas mesmas regiões do genoma. Atualmente, estamos na fase de investigar, nessas regiões, quais os genes envolvidos. Alguns deles podem ser alvos terapêuticos importantes", disse a professora da Unesp.

Mais informações: www.irpc.org


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