Pesquisadores descobriram que mudanças químicas no cérebro de camundongos e ratos são chaves importantes para possíveis tratamentos contra a obesidade
(Foto:CTV)
Cientistas descobrem nos Estados Unidos que o hormônio leptina aciona a produção da forma ativa de um peptídio ligado à vontade de comer. Estudo, publicado na PNAS, pode fornecer pistas importantes para tratamentos contra a obesidade
Cientistas descobrem nos Estados Unidos que o hormônio leptina aciona a produção da forma ativa de um peptídio ligado à vontade de comer. Estudo, publicado na PNAS, pode fornecer pistas importantes para tratamentos contra a obesidade
Pesquisadores descobriram que mudanças químicas no cérebro de camundongos e ratos são chaves importantes para possíveis tratamentos contra a obesidade
(Foto:CTV)
Um novo estudo acaba de fornecer uma pequena – mas crítica – parte do "mapa rodoviário" da leptina. A pesquisa, que vem sendo conduzida nos Estados Unidos pela Escola Médica da Universidade de Brown, o Hospital Rhode Island, a Escola Médica da Universidade de Harvard e o Centro Médico Beth Israel Deaconess, foi publicada na edição on-line da Proceedings of the National Academy of Sciences e deve sair este mês de agosto na versão impressa da revista.
Os pesquisadores descobriram que a leptina aciona a produção da forma ativa de um peptídio – o áMSH – no hipotálamo, a pequena área na base do cérebro que controla atividades importantes do organismo, como o apetite e o sono. Os cientistas envolvidos dizem que tal peptídio é um dos mais poderosos amplificadores de sinais metabólicos do corpo humano. Ele seria responsável pelo envio ao cérebro de mensagens rápidas e incisivas para a queima de calorias.
As mensagens são em seguida enviadas a uma parte diferente do hipotálamo, onde outro peptídio é produzido e liberado. Isso estimularia a hipófise, que secreta um hormônio que, por sua vez, transmite a mensagem à tireóide, glândula responsável por importantes funções metabólicas. Uma vez ativada, a tireóide envia o chamado para as células do organismo aumentarem a produção de energia.
Para chegar aos resultados obtidos, os pesquisadores estudaram mudanças químicas no cérebro de camundongos e ratos que receberam injeções de leptina.
Segundo um dos cientistas responsáveis pelo estudo, o argentino Eduardo Nillni, da Universidade de Brown e do Hospital Rhode Island, entender como funciona a leptina pode ajudar na pesquisa por tratamentos contra a obesidade. "Se, de algum modo, por meio de um medicamento, pudermos aumentar a atividade do áMSH, será possível forçar o organismo a queimar mais calorias e a perder peso, o que pode ajudar a muita gente", disse em comunicado da universidade.
De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do governo norte-americano, 61% dos adultos do país são obesos ou estão acima do peso considerado ideal. Outro dado preocupante é que 13% das crianças e adolescentes estão seriamente acima do peso. A cada ano, 300 mil pessoas morrem de causas relacionadas à obesidade nos Estados Unidos. Segundo o CDC, o custo da epidemia foi estimado em US$ 117 bilhões em 2000.
O artigo N-acetylation of hypothalamic -melanocyte-stimulating hormone and regulation by leptin é assinado por Li Guo, Heike Münzberg, Ronald C. Stuart, Eduardo A. Nillni e Christian Bjørbæk. Pode ser lido no site da PNAS: www.pnas.org
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