Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas desenvolve ônibus movido a biodiesel
(foto: divulgação)

Alternativa ecologicamente correta
09 de março de 2004

Um ônibus movido a biodiesel começa a circular no campus da USP em Ribeirão Preto. O combustível desenvolvido no Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas, da USP, reduz as emissões de poluentes na atmosfera, como o gás carbônico, principal causador do efeito estufa

Alternativa ecologicamente correta

Um ônibus movido a biodiesel começa a circular no campus da USP em Ribeirão Preto. O combustível desenvolvido no Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas, da USP, reduz as emissões de poluentes na atmosfera, como o gás carbônico, principal causador do efeito estufa

09 de março de 2004

Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas desenvolve ônibus movido a biodiesel
(foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um ônibus movido a biodiesel está em circulação no campus da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. O veículo, que está servindo à comunidade, foi adquirido com recursos da Coordenadoria de Administração Geral da USP (Codage) e será abastecido pelo Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel).

"A principal vantagem do biodiesel é a redução dos poluentes emitidos na atmosfera. Há uma diminuição significativa de material particulado, incluindo o gás carbônico (CO2), principal causador do efeito estufa. A fumaça preta desaparece completamente", disse o coordenador do Ladetel, Miguel Dabdoub, em entrevista à Agência FAPESP.

Os estudos verificaram também uma grande influência positiva na saúde pública. Segundo Dabdoub, aproximadamente 6% das mortes registradas apenas na cidade de São Paulo, por exemplo, têm relação com a poluição ambiental. "Desse número, a grande maioria é provocada pelas fontes móveis, como ônibus, caminhões e carros. A poluição pela gasolina ou diesel causa rinite alérgica, bronquite crônica, ataques de asma e até câncer de pulmão. Com o biodiesel, há um grande benefício na saúde pública", disse Dabdoub, que é também presidente da Câmara Setorial dos Biocombustíveis do Estado de São Paulo.

Outra vantagem aparente do biodiesel, do ponto de vista econômico, é a adoção de uma alternativa totalmente nacional, que poderá substituir, de forma parcial, o diesel proveniente do petróleo. "Cerca de 17% do diesel utilizado no Brasil é importado. O biodiesel poderá substituir parte dessa importação, causando benefícios na balança comercial brasileira", acredita Dabdoub.

O biodiesel testato na USP é um combustível 100% renovável, uma vez que é produzido com álcool de cana-de-açúcar (etanol), com a adição de óleos vegetais como soja, girassol ou dendê. Os catalisadores desenvolvidos no Ladetel permitem que todo o óleo que entra no processo de produção se transforme em biodiesel.

Segundo Dabdoub, em breve deverá ser inaugurado o primeiro posto de abastecimento de biodiesel do país, também em Ribeirão Preto, que ficará encarregado de abastecer os veículos de testes do BiodieselBrasil. Trata-se de um projeto responsável pelo abastecimento de uma frota de caminhões da cidade do interior paulista e de alguns trens da malha ferroviária do Sul do país, além de movimentar automóveis e uma frota de tratores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Jaboticabal.

O novo ônibus circular do campus da USP em Ribeirão Preto, que também está adaptado para o transporte de deficientes físicos, faz parte do programa de testes veiculares com biodiesel realizado pelo Ladetel, sob a coordenação de Dabdoub. Além do ônibus, os pesquisadores estão testando o combustível em carros, caminhões, tratores, geradores de energia elétrica e até em locomotivas. A prefeitura do campus pretende investir para que toda a sua frota de veículos seja movida pelo combustível alternativo.

"O volume de diesel de petróleo consumido atualmente, apenas no campus de Ribeirão Preto, é de cerca de 8 mil litros por mês. Estamos realizando os testes no Ladetel para que esta nova tecnologia possa ser expandida para todos os campus da USP e, posteriormente, para a utilização comercial em grandes cidades brasileiras", disse Dabdoub.


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