Eventos de alta energia de experimentos do Fermilab (foto) estão sendo processados na USP

Altas energias em trânsito
01 de abril de 2004

Estão sendo processados também no Brasil dados importantes para os físicos teóricos, gerados da colisão de prótons com antiprótons, no Tevatron, o acelerador de partículas com maior energia em operação atualmente no mundo, localizado nos EUA

Altas energias em trânsito

Estão sendo processados também no Brasil dados importantes para os físicos teóricos, gerados da colisão de prótons com antiprótons, no Tevatron, o acelerador de partículas com maior energia em operação atualmente no mundo, localizado nos EUA

01 de abril de 2004

Eventos de alta energia de experimentos do Fermilab (foto) estão sendo processados na USP

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Eventos de alta energia gerados por experimentos do projeto D0 do Fermilab, laboratório localizado em Chicago, nos Estados Unidos, estão atravessando longitudinalmente boa parte do mundo há exatos sete dias. Todas as informações obtidas a partir de milhares de colisões de prótons com antiprótons, no acelerador de partículas com maior energia em operação atualmente, o Tevatron, estão sendo processadas também no São Paulo Regional Analysis Center (Sprace), localizado no Instituto de Física da Universidade de São Paulo.

"Esses chamados eventos, que na realidade são colisões entre partículas dentro do acelerador, geram uma quantidade imensa de variáveis", disse Sérgio Novaes, professor do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista, à Agência FAPESP.

Segundo ele, para que seja possível processar todas as informações em tempo hábil de serem usadas em projetos de pesquisa, é necessário montar uma rede de computadores com alta capacidade de processamento. "Não adianta nada se você for demorar 100 anos para analisar os dados gerados em cinco ou dez", disse Novaes.

Para o cientista, assim como as pesquisas com física teórica colaboraram com os primórdios da internet, essas novas arquiteturas de computação que estão sendo desenvolvidas atualmente, inclusive com a participação do Brasil, vão formar a rede mundial de computadores do futuro. "É muito mais fácil trabalhar em rede do que montar tudo em um único lugar", afirmou Novaes.

O projeto D0 do Fermilab conta com a participação de 73 instituições de 18 países. O Brasil tem uma relação bastante próxima com o laboratório norte-americano, considerado um dos principais do mundo em sua área de abrangência. Um dos subdetectores em funcionamento no chamado detector de prótons frontais do laboratório é brasileiro, tendo sido montado pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNSL).

"Nessa primeira fase, por intermédio do projeto temático da FAPESP Física Experimental de Anéis de Colisão: SPRACE e HEPGrid-Brazil, foi montado um cluster de 16 processadores duais", disse Novaes. Isso equivale, segundo explicou, a 50 computadores pessoais de última geração. A intenção do grupo paulista é chegar à 80 processadores.

Além de São Paulo, o Rio de Janeiro também deve se integrar nos próximos meses à rede de processamento de eventos produzidos no Fermilab. Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro se encontra a equipe do pesquisador Alberto Santoro, coordenador nacional do grupo de Física Experimental de Altas Energias, que participa da colaboração com o projeto D0.


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