Células humanas atacadas pelo HIV: incidência do vírus ainda é alta
(foto: Universidade da Califórnia)

Alta incidência
15 de dezembro de 2005

Os vários subtipos do vírus HIV-1 ainda têm uma alta taxa de circulação entre a população brasileira. Fenômenos como a interiorização e a heterossexualização desse tipo de transmissão foram discutidos em reunião no Instituto Butantan

Alta incidência

Os vários subtipos do vírus HIV-1 ainda têm uma alta taxa de circulação entre a população brasileira. Fenômenos como a interiorização e a heterossexualização desse tipo de transmissão foram discutidos em reunião no Instituto Butantan

15 de dezembro de 2005

Células humanas atacadas pelo HIV: incidência do vírus ainda é alta
(foto: Universidade da Califórnia)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - A partir dos grandes centros urbanos, os subtipos do vírus HIV-1 existentes no país passam por um processo de interiorização. Outro problema é que a transmissão de alguns tipos recombinantes aumentou entre heterossexuais e indivíduos com menor renda.

"Por esses motivos, é difícil acreditar que a incidência do HIV esteja caindo, como dados do Ministério da Saúde têm indicado. O que pode estar ocorrendo é uma maior complicação para detectar a presença do vírus", disse Paolo Zanotto, do Laboratório de Evolução Molecular e Bioinformática do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, à Agência FAPESP.

O pesquisador, que participou na quarta-feira (14/12) da Reunião Científica Anual do Instituto Butantan, que termina no dia 16, tem outra preocupação em relação ao controle do HIV. "Nós também ainda não conhecemos o impacto das terapias atuais sobre a transmissão viral. Não existe uma supressão de 100% do vírus", explica. Uma das suspeitas é que, em alguns casos, a transmissão de determinados recombinantes poderá aumentar bastante a resistência aos medicamentos.

Zanotto lembra que o processo de interiorização ocorreu na Argentina, nos anos 1990. Quando o vírus passou de Buenos Aires para outras regiões do país, alguns epidemiologistas chegaram a dizer que a incidência da doença estava caindo. "Mas o que houve foi apenas uma queda na notificação", conta.

Por causa dos recombinantes e da maior transmissão entre os sexos, Zanotto não tem dúvida em afirmar que a Aids poderá causar muitos problemas, principalmente em países africanos. "Não será difícil a nossa geração ver países literalmente implodirem por causa da doença", diz. Hoje, em países como Botsuana, por exemplo, 40% da população está contaminada.


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