(Foto:Fifa.com)
Estudo da Unifesp mostra que o consumo imediato de carboidratos logo após uma partida de futebol melhora o desempenho aeróbico dos atletas e permite um retorno mais rápido às atividades físicas
Estudo da Unifesp mostra que o consumo imediato de carboidratos logo após uma partida de futebol melhora o desempenho aeróbico dos atletas e permite um retorno mais rápido às atividades físicas
(Foto:Fifa.com)
Agência FAPESP - Fim de jogo. No vestiário, independente do resultado obtido dentro de campo, o conhecimento científico sobre fisiologia humana terá que entrar em ação, se os atletas quiserem estar, o mais rápido possível, em condições físicas ideais para voltar aos treinos.
Mas não adianta apenas alongar as pernas, é preciso também movimentar a boca. Um trabalho científico feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgado pelo Jornal da Paulista, mostrou que ingerir carboidratos imediatamente após o término de uma partida de futebol melhora a recuperação física dos jogadores.
O estudo, fruto de uma pesquisa de mestrado, verificou que a suplementação de carboidratos ingerida após um jogo é capaz de auxiliar na recuperação do desempenho aeróbico e do peso corporal dos atletas em apenas 16 horas. A literatura científica mostra que o tempo de recuperação total, após 90 minutos de exercícios físicos, sem a utilização de suplementos, é de aproximadamente 24 horas.
A pesquisa Efeitos na reposição imediata de carboidrato sobre o desempenho aeróbio 16 horas após uma partida de futebol, de Luciano Capelli, professor de educação física da universidade, avaliou o desempenho aeróbico e o peso de 20 jogadores em momentos distintos. O teste aeróbico foi realizado três dias antes de uma partida de futebol e 16 horas após o seu término. Os atletas percorreram distâncias consecutivas de 15 metros, a uma velocidade de 8 km/h. O peso corporal deles foi analisado antes do jogo, ao final da partida e 16 horas depois.
Os atletas foram divididos em dois grupos. O primeiro recebeu suplementação de carboidratos, composto por maltodextrina, frutose, potássio e sódio, ainda no vestiário. Outro grupo, do placebo, ingeriu apenas uma espécie de gelatina dietética. Foi aplicado ainda um questionário sobre a dieta alimentar dos atletas durante o período de estudo, para detectar qualquer diferença no consumo calórico entre os jogadores.
Os resultados mostraram que, após 16 horas do final da partida, jogadores que receberam a suplementação recuperaram 96,37% do peso perdido durante o jogo. Já entre os atletas que ingeriram a gelatina dietética, esse índice foi de 73,98%. No teste de desempenho aeróbico, o grupo que ingeriu placebo também obteve resultados inferiores, percorrendo 100 metros a menos que os jogadores do outro grupo.
"O trabalho realizado foi direcionado especificamente a jogadores de futebol. Porém, podemos transportar os resultados do estudo para qualquer outra modalidade esportiva", disse Capelli à Agência FAPESP.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.