Aplicação precoce de óxido nítrico inalatório em pacientes com Síndrome de Desconforto Respiratório Agudo reduz mortes em UTI infantil
Aplicação precoce de óxido nítrico inalatório em pacientes com Síndrome de Desconforto Respiratório Agudo reduz mortes em UTI infantil
Agência FAPESP - Considerada a forma mais grave de insuficiência respiratória, a Síndrome de Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) atinge aproximadamente 5% das pessoas internadas em unidades de terapia intensiva. Porém, se depender dos resultados iniciais de uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu (SP), os portadores do doença poderão, em breve, respirar aliviados.
O trabalho consiste em utilizar precocemente o óxido nítrico inalatório no atendimento aos pacientes de UTIs que atendem apenas crianças. "A administração do gás antes de qualquer outro método tem mostrado que é possível diminuir o número de mortes entre os portadores da doença", disse à Agência FAPESP José Roberto Fioretto, chefe do Departamento de Pediatria.
De acordo com os dados, dos 21 pacientes atendidos inicialmente com outros métodos, 10 morreram. Já entre os 24 que receberam a inalação de óxido nítrico como primeira medida de socorro, a mortalidade caíu para quatro. "Conseguimos reduzir a taxa de óbitos de 50% para 16,7%", disse Fioretto. A pesquisa está sendo feita entre bebês de 28 dias até crianças de 12 anos, público atendido pela UTI do departamento de Pediatria. Os resultados são obtidos a partir da comparação com dados históricos de pacientes que passaram pela unidade pediátrica até o fim de 2001.
A SDRA é caracterizada pela dificuldade dos alvéolos pulmonares em fazer trocas gasosas. A doença é percebida como uma pneumonia grave e é identificada apenas por meio de exames específicos. Causada por vários fatores, entre eles infecções e afogamentos, a síndrome atinge todas as idades e pode levar à morte.
Segundo informa Fioretto, a administração do óxido nítrico inalatório vem sendo utilizada por outros autores, mas apenas como último recurso no tratamento da síndrome. Em Botucatu, a decisão foi diferente. Fioretto e equipe resolveram utilizar o gás como terapia de primeira linha, em conjunto com outras formas de tratamento. O gás utilizado pelos médicos é um conhecido vasodilatador pulmonar.
O estudo, que começou a ser desenvolvido no início de 2002 e deve ser encerrado em outubro desse ano, foi publicado na revista Pediatric Critical Care Medicine e apresentado em junho no 4º Congresso Mundial de UTI Pediátrica, realizado em Boston (EUA).
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