Alienígenas biológicos
14 de outubro de 2003

Agência ambiental da Grã-Bretanha acaba de colocar o peixe-dourado, originário da Ásia, na lista das espécies invasoras. É apenas mais um exemplo de um grave problema ambiental causador de um prejuízo anual estimado em R$ 1,8 trilhão em todo o mundo

Alienígenas biológicos

Agência ambiental da Grã-Bretanha acaba de colocar o peixe-dourado, originário da Ásia, na lista das espécies invasoras. É apenas mais um exemplo de um grave problema ambiental causador de um prejuízo anual estimado em R$ 1,8 trilhão em todo o mundo

14 de outubro de 2003

 

Agência FAPESP - Em regiões do Norte da China e da Coréia, os peixes-dourados não causam nenhum problema ambiental. Eles estão totalmente adaptados ao sistemas ecológicos da região. Os mesmos organismos, quando foram introduzidos na Grã-Bretanha, não se comportaram da mesma forma.

No mesmo nicho ecológico das carpas européias, os peixes vindos da Ásia iniciaram uma competição por espaço e comida com os nativos. Como eles estão ganhando a luta contra o morador antigo, a agência ambiental da Grã-Bretanha acaba de colocar o peixe-dourado na lista das espécies invasoras, segundo informou o jornal britânico Financial Times no dia 10/10.

Depois da destruição dos ambientes naturais, os impactos negativos que as espécies alienígenas costumam causar em todo o mundo é um dos grandes problemas ambientais deste início de milênio. Cálculos feitos por entidades ambientais da Europa estimam que os prejuízos econômicos provocados por essas espécies podem chegar aos R$ 1,8 trilhão.

Além do peixe-dourado, o mosquito da dengue é um outro exemplo bastante familiar. Ele é originário da Ásia, mas acabou chegando aos continentes africano e americano. Para combater uma outra praga, agricultores australianos estão lutando contra uma espécie de sapo introduzida na Oceania há 70 anos. Sem predadores, esses anfíbios estão devastando as plantações da Austrália em um ritmo bastante acelerado.

Os processos de globalização e também de mudanças climáticas podem acelerar, em determinadas situações, esses impactos negativos causados por espécies "alienígenas". Além dos continentes estarem mais próximos nos dia de hoje, as mudanças de temperatura podem, por exemplo, acelerar alguns processos migratórios, que já ocorrem normalmente no meio ambiente.

A partir de estudos científicos sobre métodos biológicos de controle, os cientistas já conseguem fazer com que espécies não nativas de uma região sejam utilizadas com sucesso. Nesses casos, o descontrole ambiental não é uma regra.


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