Artista plástico, conhecido pelas telas com gatos, cangaceiros e rendeiras, morre aos 83 anos, em São Paulo (foto: Masp)

Aldemir Martins e a alma nordestina
07 de fevereiro de 2006

Artista plástico, conhecido pelas telas com gatos, cangaceiros e rendeiras morre aos 83 anos, em São Paulo

Aldemir Martins e a alma nordestina

Artista plástico, conhecido pelas telas com gatos, cangaceiros e rendeiras morre aos 83 anos, em São Paulo

07 de fevereiro de 2006

Artista plástico, conhecido pelas telas com gatos, cangaceiros e rendeiras, morre aos 83 anos, em São Paulo (foto: Masp)

 

Agência FAPESP - O Brasil perdeu, na noite de domingo, um de seus mais conhecidos artistas plásticos. O cearense Aldemir Martins, 83 anos, sofreu um infarto em sua casa, em São Paulo. O corpo foi velado na Assembléia Legislativa do Estado e enterrado no cemitério Campo Grande, na zona Sul da cidade.

Martins nasceu em Ingazeiras, no interior do Ceará, em 8 de novembro de 1922. Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, para a capital paulista.

Em suas pinturas destacam-se imagens de cenas do Nordeste, como cangaceiros e rendeiras, além de animais, flores e, especialmente, os conhecidos gatos que retratou em dezenas de telas.

Foi premiado nas três primeiras Bienais de Arte de São Paulo, em 1951, 1953 e 1955. Em 1956, na Bienal de Veneza, ganhou o prêmio de melhor desenhista.

Na década de 1940, trabalhou como ilustrador para jornais como o Correio Paulistano, Jornal de São Paulo, O Diário e para a revista Elite. Em 1947, fez sua primeira exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil, em São Paulo.

Em 1950, casou-se com Cora Pabst, com quem teve dois filhos. Teve três netos. Corintiano fanático e apaixonado por futebol, Martins chegou até mesmo a ser dono de um time, o Baronesa da Macatuba, no Ceará.

Foi também cenógrafo, tendo estreado na profissão ainda na década de 1950, com a peça Lampião, escrita por Rachel de Queiroz e encenada no Teatro Leopoldo Fróes, em São Paulo, com Sérgio Cardoso e Araçari de Oliveira.

Polivalente, desenhou jóias, tapetes, luminárias, embalagens, peças promocionais, pratos, cerâmicas e muitos outros objetos. Ilustrou livros como O Navio Negreiro, de Castro Alves, Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

Sua última mostra individual foi realizada de junho a outubro de 2005, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), com obras que representavam sete décadas de carreira artística.


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