Formas para alavancar ainda mais as empresas de base tecnológica foram debatidas em evento realizado na FAPESP
(foto: Eduardo Cesar)

Alavancagem tecnológica
27 de abril de 2006

Em encontro realizado na FAPESP, principais atores sociais envolvidos com o desenvolvimento tecnológico do estado discutem os principais desafios para o setor

Alavancagem tecnológica

Em encontro realizado na FAPESP, principais atores sociais envolvidos com o desenvolvimento tecnológico do estado discutem os principais desafios para o setor

27 de abril de 2006

Formas para alavancar ainda mais as empresas de base tecnológica foram debatidas em evento realizado na FAPESP
(foto: Eduardo Cesar)

 

Agência FAPESP - Há uma série de exemplos hoje em São Paulo que mostram que o investimento em tecnologia produz bons resultados. O arranjo produtivo local (APL) feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) no pólo de bordados de Ibitinga e as dezenas de empresas que depois de incubadas em universidades estaduais, e algumas ainda apoiadas pela FAPESP, estão competindo no mercado até internacional são apenas alguns deles.

Mesmo assim, com esse saldo positivo, um bom número de obstáculos precisa ser retirado do longo caminho que existe pela frente. Formas para se fazer isso e, consequentemente, de alavancar cada vez mais as empresas de base tecnológica de São Paulo foram debatidas nesta quarta-feira em evento realizado na sede da FAPESP.

Aberto pelo presidente da Fundação, Carlos Vogt, que destacou o esforço que está sendo feito por todos os envolvidos para a criação do sistema paulista de parques tecnológicos, o workshop reuniu atores sociais importantes, bastante envolvidos com o tema colocado em discussão. Estiveram presentes, por exemplo, os representantes das agências Unicamp e USP de inovação, além de membros da Fiesp, do Sebrae e dos institutos tecnológicos do Estado de São Paulo, e representantes da Financiadora de Estudos e Projetos e do Bndes.

Ao falar sobre alguns dos gargalos identificados na chamada FASE III do Programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe), da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação, lembrou que um dos problemas mais comuns surge normalmente no setor de gestão das jovens empresas. E ele aparece exatamente quando chega o momento de desenvolver o produto do ponto de vista comercial.

"Muitas vezes é feita uma tentativa de transformar o cientista no executivo financeiro ou de marketing. Mas, talvez, o mais importante é que seja feita uma associação entre os responsáveis técnicos e os profissionais que já estão no mercado", explicou Brito Cruz.

Para o professor Carlos Américo Pacheco, secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia na gestão Fernando Henrique Cardoso – e que falou sobre Sistema de Parques Tecnológicos de São Paulo no encontro desta quarta, projeto em que presta consultoria – apareceram algumas dificuldades comuns em praticamente todas as experiências abordadas pelos especialistas no evento. E isso vale para as centenas de empresas incubadas em todos os pólos tecnológicos paulistas.

"Hoje foi mostrado aqui que a FAPESP tem 500 empresas em carteira, o Sebrae, que também faz esse trabalho, outras 300. É possível perceber, no geral, que existe uma grande necessidade de melhorar a performance do financiamento dado para esses grupos", afirmou Pacheco.

O caminho para que todo o processo de apoio às empresas de base tecnológica no Estado de São Paulo melhore, segundo os participantes do evento, pode ser resumido nas palavras de Pacheco. "As dificuldades que precisam ser enfrentadas por todos são várias." Segundo o pesquisador, elas passam pela questão da capilaridade, das garantias que são dadas pelas empresas, da falta de informação das incubadas e da capacidade interna que elas demonstram, por exemplo, para montar um projeto.

A sobreposição setorial que às vezes existe, também, por parte dos financiadores é outro gargalo importante, na visão de Pacheco. "É como ter muitos médicos para um mesmo doente. Isso também pode matar o paciente", afirmou Ary Plonsky, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, também presente ao encontro.


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