Descoberta de "parente" que viveu há 240 milhões de anos, feita na Tanzânia, indica que répteis pré-históricos podem ter surgido 10 milhões de anos antes do que se estimava (divulgação)

Ainda mais velhos
04 de março de 2010

Descoberta de “parente” que viveu há 240 milhões de anos, feita na Tanzânia, indica que dinossauros podem ter surgido 10 milhões de anos antes do que se estimava

Ainda mais velhos

Descoberta de “parente” que viveu há 240 milhões de anos, feita na Tanzânia, indica que dinossauros podem ter surgido 10 milhões de anos antes do que se estimava

04 de março de 2010

Descoberta de "parente" que viveu há 240 milhões de anos, feita na Tanzânia, indica que répteis pré-históricos podem ter surgido 10 milhões de anos antes do que se estimava (divulgação)

 

Agência FAPESP – Um “parente” mais velho dos dinossauros foi descoberto por um grupo de pesquisadores na Tanzânia, indicando que os répteis pré-históricos podem ser mais velhos do que se estimava.

Em estudo publicado na edição desta quinta-feira (4/2) da revista Nature, paleontólogos dos Estados Unidos, Alemanha e África do Sul descrevem a descoberta de um animal que compartilha muitas características com os dinossauros, mas tendo vivido cerca de 10 milhões de anos antes.

A nova espécie foi denominada Asilisaurus kongwe e pertence a um grupo dos silessauros, que eram próximos dos dinossauros. O estudo indica que pelo menos três vezes durante a evolução dos extintos répteis e de seus parentes, animais carnívoros evoluíram em espécies que incluíram plantas na dieta.

Essas mudanças ocorreram em um espaço de tempo inferior a 10 milhões de anos, um período relativamente curso em termos geológicos.

Segundo o estudo, a relação dos silessauros com os dinossauros pode ser comparada com a existente entre o homem e os chimpanzés. Para os pesquisadores, ainda que os mais velhos dinossauros descobertos até hoje tenham cerca de 230 milhões de anos, a presença de parentes próximos 10 milhões de anos antes implica que as linhagens dos dinossauros e dos silessauros divergiram de ancestrais comuns há pelo menos 240 milhões de anos.

Silessauros e dinossauros conviveram durante boa parte do período Triássico, entre 200 milhões e 250 milhões de anos atrás. Esse é o primeiro animal do período Triássico parecido com o dinossauro até hoje encontrado na África. O primeiro silessauro foi descoberto apenas em 2003.

Ossos fossilizados de pelo menos 14 espécimes foram encontrados em um depósito no sul da Tanzânia, tornando possível a reconstrução de um esqueleto quase completo. Faltaram apenas partes do crânio e dos membros superiores.

Os silessauros encontrados tinham entre 50 centímetros e 1 metro de altura e de 1 a 3 metros de comprimento. Pesavam de 10 a 30 quilos. Andavam com as quatro pernas e provavelmente se alimentavam de carne e de plantas, uma vez que tinham dentes triangulares e mandíbula inferior com uma ponta parecida com um bico.

A nova espécie foi escavada junto com restos de ancestrais primitivos dos crocodilianos. Segundo os autores, a presença desses animais no mesmo local e tempo indica que a diversificação dos parentes dos crocodilianos e das aves foi rápida e ocorreu também mais cedo do que se considerava até então.

“Todos adoram os dinossauros. Mas esse estudo fornece nova evidência de que eles eram apenas um de diversos grupos grandes e distintos de animais que explodiram em diversidade durante o Triássico”, disse Sterling Nesbitt, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, primeiro autor do artigo.

O artigo Ecologically distinct dinosaurian sister group shows early diversification of Ornithodira (Vol 464 | 4 March 2010 | DOI:10.1038/nature08718), de Sterling Nesbitt e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
 

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