Água salobra como matéria-prima
02 de outubro de 2003

Tecnologia desenvolvida pela Embrapa permite que a água de poços subterrâneos seja tratada para utilização na criação de peixes e no cultivo de forragens. Uma unidade de demonstração foi inaugurada em Pernambuco na quinta-feira (2/10)

Água salobra como matéria-prima

Tecnologia desenvolvida pela Embrapa permite que a água de poços subterrâneos seja tratada para utilização na criação de peixes e no cultivo de forragens. Uma unidade de demonstração foi inaugurada em Pernambuco na quinta-feira (2/10)

02 de outubro de 2003

 

Agência FAPESP - Um sistema que utiliza água salobra para produção de água potável, criação de peixe e cultivo de planta forrageira para ser consumida pelos animais foi inaugurado nesta quinta-feira (2/10), em Pernambuco, pela Embrapa Semi-Árido, uma das unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Trata-se da unidade de demonstração de uma tecnologia que, segundo a empresa, tem o objetivo de "desenvolver formas produtivas de uso do rejeito decorrente do processo de dessalinização da água dos mananciais subterrâneos nas áreas secas do Nordeste".

De acordo com os idealizadores do sistema, cerca de 80% dos poços perfurados na região apresentam teores de sais acima do limite aceitável para o consumo humano. Para resolver o problema, foram instalados cerca de 3 mil equipamentos que limpam a água, tornando-a de boa qualidade. Entretanto, os resíduos do processo concentram todo o sal excluído. A Embrapa Semi-Árido, junto com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e a Companhia de Abastecimento de Água do Estado de Pernambuco, está procurando desenvolver formas produtivas de uso do rejeito.

O sistema inaugurado na pequena comunidade de Atalho, a 70 quilômetros de Petrolina, tem vários componentes. Em primeiro lugar, a água dos poços subterrâneos é tratada por um equipamento de dessalinização. Uma parte dessa água é transformada em potável, de boa qualidade para consumo humano. Na outra parte, o rejeito, a concentração de sal atinge níveis muito elevados. A pesquisa da Embrapa está utilizando esse rejeito para a criação de peixes e irrigação de uma planta conhecida como erva-sal, que tem boas propriedades forrageiras para consumo por animais, principalmente caprinos e ovinos.


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