Novo equipamento deverá estar disponível em julho de 2006 a um custo de R$ 2 mil (foto: divulgação)

Água gelada no sertão
01 de abril de 2005

Empresa incubada na UFMG desenvolve geladeira que funciona com luz solar para comunidades desprovidas de eletricidade. Equipamento também pode ser usado em locais com energia elétrica, com a vantagem de economia de até 30% na conta

Água gelada no sertão

Empresa incubada na UFMG desenvolve geladeira que funciona com luz solar para comunidades desprovidas de eletricidade. Equipamento também pode ser usado em locais com energia elétrica, com a vantagem de economia de até 30% na conta

01 de abril de 2005

Novo equipamento deverá estar disponível em julho de 2006 a um custo de R$ 2 mil (foto: divulgação)

 

Thiago Romero

Agência FAPESP - Tendo em conta que a geladeira é responsável por um dos maiores gastos na conta de energia elétrica, pesquisadores de uma empresa incubada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) resolveram desenvolver um aparelho movido a luz solar.

A idéia, que surgiu durante a crise energética de 2001, é suprir as necessidades de qualquer comunidade que não tenha eletricidade. O aparelho funciona por meio de um compressor movido a energia solar, que transforma calor em frio.

"O coletor de raios solares, que pode ser instalado no telhado da casa, concentra o calor em um tubo que esquenta um óleo vegetal biodegradável. O óleo quente é utilizado para regenerar o sistema de absorção de calor, responsável pela refrigeração dentro do aparelho", explica o engenheiro Fabiano Chaves, um dos idealizadores do protótipo, à Agência FAPESP. O matemático Fernando Cyríaco também participou do projeto. Ambos são sócios da Paz Engenharia.

Chaves lembra que o aparelho usa outras fontes de energia, em caso de variações climáticas em regiões desprovidas de eletricidade. Gás, álcool, biomassa e carvão são elementos que podem substituir o sol e manter o reservatório de óleo vegetal aquecido para manter os alimentos refrigerados.

"Se for instalado em uma casa com eletricidade, o aparelho pode ser responsável pela economia de até 30% na conta de energia", disse. O pesquisador cita ainda duas outras vantagens: a geladeira não emite nenhum tipo de ruído e tem uma vida útil de 40 anos.

Chaves e Cyríaco planejam a construção de uma fábrica, em Belo Horizonte, para a produção em larga escala. Eles estimam que o produto final chegará ao consumidor em meados do ano que vem, a um custo de R$ 2 mil.

De acordo com um estudo de viabilidade econômica feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em diferentes cidades de Minas Gerais, 97 mil famílias podem ser potenciais compradoras da invenção.

Mais informações: www.paz.eng.br.


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