Declaração de Princípios será divulgada em São Paulo durante evento anual do Global Research Council com representantes de 50 países (foto: Agência FAPESP)
Declaração de Princípios será divulgada em São Paulo durante evento anual do Global Research Council com representantes de 50 países
Declaração de Princípios será divulgada em São Paulo durante evento anual do Global Research Council com representantes de 50 países
Declaração de Princípios será divulgada em São Paulo durante evento anual do Global Research Council com representantes de 50 países (foto: Agência FAPESP)
Agência FAPESP – Líderes de agências de fomento de diversos países vão anunciar durante o 8º Annual Meeting 2019 do Global Research Council (GRC), em São Paulo, uma posição em relação à expectativa de organismos financiadores e governos de que o apoio às pesquisas científicas promova soluções para desafios econômicos e sociais em todo o mundo.
O anúncio será feito por meio de uma Declaração de Princípios, a ser divulgada durante o encontro anual do GRC. O evento reunirá cerca de 50 chefes de agências de fomento de 50 países nos cinco continentes e ocorrerá entre os dias 1º e 3 de maio.
O evento é organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo Consejo Nacional de Investigaciones Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina, e pela German Research Foundation (DFG), da Alemanha. É a primeira vez que a reunião ocorrerá no Brasil. As edições mais recentes do encontro do GRC foram na Rússia (2018), Canadá (2017) e Índia (2016).
Neste ano, o encontro terá como tema central a crescente expectativa dos organismos financiadores, como governos e gestores de fundos públicos, de que o impacto econômico e social de pesquisas científicas tenha ênfase maior entre os critérios de seleção dos estudos apoiados pelas agências de fomento.
A questão foi previamente debatida pelas agências do GRC em discussões regionais realizadas nos cinco continentes durante o ano passado, compilada na Declaração de Princípios. O documento defenderá uma abordagem equilibrada entre a ciência básica e a ciência voltada à aplicação; a prevalência do critério de mérito na seleção de projetos para financiamento; e que a avaliação do impacto social e econômico dos estudos tenha abordagem flexível.
A Declaração de Princípios, que servirá como referência para as agências de fomento, recomendará ainda a adoção de estratégias de comunicação mais eficazes para que os resultados de pesquisas financiadas cheguem à comunidade acadêmica, à sociedade e ao governo.
Outras discussões que ocorrerão durante a reunião anual do GRC abordarão, por exemplo, a ciência aberta e o chamado Plano S, além da questão da igualdade entre gêneros no financiamento e na realização da ciência.
O Plano S trata do livre acesso a milhões de artigos científicos publicados anualmente em revistas indexadas, iniciativa liderada pela Comissão Europeia que vai entrar em vigor em 2020.
Já a questão de gêneros será discutida a partir de apresentação da professora Londa Schiebinger (Stanford University, Estados Unidos). Durante a reunião anual do GRC, o assunto também estará na pauta do Gender Working Group. Estudos já mostraram que levar em conta a dimensão de gênero na pesquisa, como evitar o uso de modelos masculinos apenas para testar hipóteses, diminui a chance de erros graves e desperdícios importantes.
Outro aspecto que será debatido envolverá a constatação de que grupos mais diversos de cientistas alcançam resultados de pesquisa com maior impacto. Tanto que agências de fomento já adotam medidas para tentar diminuir os obstáculos à participação das mulheres e de outros grupos na força de trabalho científica.
GRC
Constituído em 2012, o Global Research Council tem entre seus objetivos melhorar a comunicação e a cooperação entre os conselhos nacionais de pesquisa, além de promover o compartilhamento de dados e melhores práticas para uma cooperação de pesquisa de alta qualidade.
A organização tem como presidente e vice-presidente Vladislav Panchenko, da Russian Foundation for Basic Research, e Alejandro Ceccatto, do Conicet, respectivamente.
O Governing Board é constituído ainda por líderes de agências de fomento na Arábia Saudida, Estados Unidos, Brasil, Irlanda, Canadá, China, África do Sul, Costa do Marfim, Japão e Alemanha, além da Science Europe, que representa 27 países europeus.
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