Rosemary de Assis, pesquisadora responsável pelo estudo feito na Unicamp (foto: Antoninho Perri)
Pesquisa feita no Instituto de Química da Unicamp transforma garrafas PET recicladas em adesivos para colar camadas de embalagens flexíveis que acondicionam diferentes tipos de alimentos
Pesquisa feita no Instituto de Química da Unicamp transforma garrafas PET recicladas em adesivos para colar camadas de embalagens flexíveis que acondicionam diferentes tipos de alimentos
Rosemary de Assis, pesquisadora responsável pelo estudo feito na Unicamp (foto: Antoninho Perri)
Agência FAPESP - Um adesivo poliuretânico desenvolvido a partir da reciclagem de garrafas PET (politereftalato de etileno) para ser aplicado na colagem de camadas de filmes que compõem embalagens flexíveis de alimentos. O material, que já deflagrou um pedido de patente, foi desenvolvido em pesquisa no Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
"O segredo foi reagir o material originado das garrafas PET com outros compostos químicos até chegar ao adesivo final, que contém em média 33% do material reciclado", disse a pesquisadora Rosemary de Assis, responsável pelo estudo, à Agência FAPESP.
Rosemary comparou o adesivo reciclado com outros similares utilizados de forma comercial para verificar os resultados do novo produto. "Das amostras testadas, três apresentaram resultados de aplicação bem parecidos com os dos comerciais e duas tiveram qualidade de adesão ainda maior", revelou.
O adesivo pode ter ainda características alteradas para outras aplicações, como para colar papel, couro e outras embalagens. "Sem contar que uma das grandes vantagens é estarmos trabalhando com um produto reciclado. Isso faz com que o custo de matéria-prima chegue a ficar até 20% mais barato", afirma a autora da pesquisa, feita como dissertação de mestrado orientada pela professora do IQ Maria Isabel Felisberti.
Rosemary lembra que, além do baixo custo, a reciclagem química do PET minimiza a agressão ao meio ambiente e ainda gera emprego e renda para famílias carentes. "A idéia é ampliar os ganhos econômicos, ambientais e sociais com a utilização dessa nova tecnologia. Estima-se que a reciclagem, não só de plástico, mas de todos os materiais, gere atualmente cerca de 500 mil empregos, direta e indiretamente, no Brasil", disse.
Apesar de o índice de reciclagem das garrafas PET ter aumentado de 17%, em 1994, para 35%, em 2002, Rosemary lamenta que esse tipo de reciclagem química ainda é pouco praticada no país. "Segundo os dados da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), somente 10% do plástico reciclado hoje no país é destinado à reciclagem química", disse.
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