Exemplares de corais do gênero Scleractinian têm mais minerais disponíveis na água do mar hoje do que há milhões de anos
(foto: Andy Bruckner/NOAA)
Pesquisa apresentada na reunião anual da Sociedade Geológica dos Estados Unidos revela que os corais do período Cretáceo viveram em mares com condições químicas mais adversas que as atuais
Pesquisa apresentada na reunião anual da Sociedade Geológica dos Estados Unidos revela que os corais do período Cretáceo viveram em mares com condições químicas mais adversas que as atuais
Exemplares de corais do gênero Scleractinian têm mais minerais disponíveis na água do mar hoje do que há milhões de anos
(foto: Andy Bruckner/NOAA)
Se depender das informações apresentadas na tradicional reunião anual da Sociedade Geológica Norte-americana, realizada pela 116ª vez esta semana, a lacuna pode se tornar um pouco menor. As novidades são de um trabalho realizado na Universidade Johns Hopkins, também dos Estados Unidos.
Os pesquisadores recriaram em laboratório condições químicas semelhantes a dos mares do Cretáceo. Com base em estudos também recentes, que determinaram qual seria a variação da composição química dos oceanos nos últimos 540 milhões de anos, foram feitos vários testes, em diferentes tanques. Eles utilizaram espécies da ordem Scleractinia, que vive nos mares atuais do planeta.
"Descobrimos dois importantes detalhes sobre os corais", conta Justin Ries, um dos autores do trabalho. O primeiro e mais importante é que os corais do Cretáceo tinham uma composição mineral diferente dos atuais. Os corais antigos construíam seus esqueletos com 35% do mineral calcita. Hoje, todo o esqueleto coralino é formado com aragonita.
Isso sugere, segundo os pesquisadores, que o esqueleto dos corais vem se alterando ao longo do tempo, de acordo com a composição das águas oceânicas. "A maioria dos cientistas acreditava que a composição mineral dos esqueletos coralinos era a mesma ao longo de todo o tempo geológico, mas parece que não é isso o que ocorreu", afirma Ries.
A segunda constatação dos estudos é que os corais do Cretáceo cresciam em taxas bem menores do que as atuais, o que pode ajudar a explicar a falta de fósseis daquele período. Sem muito mineral disponível para crescer, os corais do Cretáceo não conseguiam formar recifes robustos, como os que existem hoje em determinadas partes do mundo. Os corais atuais também estariam ameaçados, mas por causas nada naturais.
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