Tinta descoberta por acaso durante apagão em laboratório da UFRJ pode ajudar a identificar objetos roubados e cédulas falsas (foto: Eliana Pegorim/Instituto Ciência Hoje)

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27 de outubro de 2004

Tinta descoberta por acaso durante apagão em laboratório da UFRJ pode ajudar a identificar objetos roubados e cédulas falsas. A substância, já patentada, é vista apenas com a incidência de luz ultravioleta

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Tinta descoberta por acaso durante apagão em laboratório da UFRJ pode ajudar a identificar objetos roubados e cédulas falsas. A substância, já patentada, é vista apenas com a incidência de luz ultravioleta

27 de outubro de 2004

Tinta descoberta por acaso durante apagão em laboratório da UFRJ pode ajudar a identificar objetos roubados e cédulas falsas (foto: Eliana Pegorim/Instituto Ciência Hoje)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Uma tinta sem cor e sem cheiro, de secagem rápida e capaz de fluorescer em várias superfícies. Para enxergá-la, somente com a incidência da luz ultravioleta. Esse registro químico, criado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pode marcar objetos valiosos e dinheiro e ajudar na identificação em caso de roubo. A novidade foi noticiada pela revista Ciência Hoje (http://cienciahoje.uol.com.br).

A descoberta da tinta ocorreu de forma inusitada. Os pesquisadores do Laboratório de Análise e Síntese de Produtos Estratégicos (Lasape) do Instituto de Química da UFRJ estudavam uma substância para a produção de um antiofídico quando o ambiente ficou sem luz. Um dos pesquisadores resolveu utilizar uma lâmpada ultravioleta para procurar um objeto e, ao dirigir seu foco para a substância 3-aril cumarinas, verificou que ela produzia uma elevada luminescência.

O grupo desenvolveu a partir dali uma mistura de solventes para a substância, que já foi patenteada pela UFRJ, e colocou a tinta em canetas marca-texto. A tinta invisível, produzida com matérias-primas nacionais e de baixo custo, pode ser aplicada ainda com carimbos ou pincéis. "A idéia é fazer com que o material tenha utilização popular, para diferenciar os bens materiais das pessoas", disse Cláudio Lopes, coordenador do projeto, à Agência FAPESP.

De acordo com o químico, a substância pode ser útil em diferentes finalidades, como para evitar roubo de carros, autenticar documentos ou auxiliar na identificação de cédulas falsas. "Os carros podem sair de fábrica com várias peças marcadas, por exemplo, além de ter o número do chassi impresso com a tinta invisível. Em caso de roubo, seria possível identificar a real procedência do automóvel evitando situações de clonagem", explica Lopes.

Outro uso para o produto pode estar na impressão de marcas d'água para assegurar a veracidade de um documento. "A substância permite o uso em qualquer tipo de logotipo ou figura", disse Lopes. Por não possuir elementos tóxicos, a tinta pode ainda ser aplicada para marcar gado, substituindo o ferro em brasa e evitando o sofrimento dos animais, e bichos de estimação.


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