Estudo publicado na revista Acta Botânica Brasileira, disponível no SciELO, discute como uma relação estreita entre abelhas sem ferrão e árvores da Mata Atlântica com floradas maciças pode ter sido fruto de uma co-evolução
Estudo publicado na revista Acta Botânica Brasileira, disponível no SciELO, discute como uma relação estreita entre abelhas sem ferrão e árvores da Mata Atlântica com floradas maciças pode ter sido fruto de uma co-evolução
Entender com profundidade como se estabelece essa forte relação entre inseto e planta foi uma das motivações que levou o pesquisador Mauro Ramalho, do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, ao campo. O resultado é o trabalho Stingless bees and mass flowering trees in the canopy of Atlantic Forest: a tight relationship, que foi publicado na edição atual da revista Acta Botânica Brasileira.
A investigação científica mostrou que o nicho ecológico ocupado pelas abelhas sem ferrão existe em função da distribuição floral presente na Mata Atlântica. É exatamente nos estratos superiores da floresta que se dá a maioria das visitas das pequenas abelhas. Esse processo ocorre porque lá estão, em grandes quantidades, as flores nectaríferas.
As sutilezas que fortalecem ainda mais a união das abelhas com as flores vão além. As árvores preferidas dos insetos estudados apresentam floração maciça, ou seja, várias flores se abrem todos os dias. Apesar de pequenas, essas flores estão reunidas em grandes inflorescências, o que também facilita o trabalho das abelhas em buscar o alimento.
Ramalho acredita que essa relação ecológica estreita dos meliponíneos (como também são conhecidas essas abelhas sem ferrão) com as floradas maciças envolve possível co-evolução. Além disso, com o passar do tempo, as abelhas tendem a substituir outros tipos de polinizadores pouco eficientes para as plantas.
Nesse processo de mão-dupla, se as abelhas buscam condições ideais de sobrevivência, as árvores também o fazem. Em troca de alimento, tais insetos desempenham um papel central na polinização das próprias árvores com floração maciça. A especialização ajuda os dois lados e reforça os laços ecológicos existentes.
O artigo na íntegra está disponível na biblioteca eletrônica SciELO (Bireme/FAPESP). Para ler, clique aqui.
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