A quebra do silicone
10 de setembro de 2003

Trabalho premiado em encontro de química apresenta soluções para limpar líquidos com resíduos não biodegradáveis, que são lançados no meio ambiente pelas indústrias

A quebra do silicone

Trabalho premiado em encontro de química apresenta soluções para limpar líquidos com resíduos não biodegradáveis, que são lançados no meio ambiente pelas indústrias

10 de setembro de 2003

 

Por Kárin Fusaro

Agência FAPESP – As indústrias estão ganhando um aliado na preservação ambiental. Trata-se de um processo barato, baseado num processo químico conhecido pelo nome de Foto-Fenton, que remove resíduos não biodegradáveis de líquidos despejados na natureza.

Entre 73 trabalhos apresentados no segundo Encontro sobre Aplicações Ambientais de Processos Oxidativos Avançados (II EPOA), três pesquisadores da Universidade de São Paulo ficaram em primeiro lugar com a pesquisa "Desenvolvimento de Processo Foto-Fenton para Remediação de Efluentes Industriais Contaminados com Silicones".

O projeto de Antonio Carlos Teixeira, Roberto Guardani e Cláudio Oller do Nascimento, do Laboratório de Simulação e Controle de Processos da Escola Politécnica da USP, teve apoio financeiro da FAPESP e conseguiu a patente no fim do ano passado.

"Para realizar a decomposição dos elementos que contêm silicone, o processo utiliza reagentes de baixo custo, como o peróxido de hidrogênio e o sulfato ferroso", disse Teixeira à Agência FAPESP. Uma fonte de luz, natural ou artificial, é necessária para que as espécies altamente oxidantes, os radicais hidroxila, reajam com os compostos orgânicos.

Na fase final, os silicones geram produtos biodegradáveis ou em fases de solubilidade estimulada por processos bioquímicos simples. "Para as indústrias, o processo gera a redução de custos na estocagem e incineração do silicone", disse Teixeira. Já para o meio ambiente, trata-se de um passo significativo, já que ocorre a redução de poluentes liberados pelas indústrias. Segundo o pesquisador, a técnica também produz resultados promissores em efluentes compostos por fenóis, vários tipos de polímeros e pesticidas.

O II EPOA, organizado pelo Laboratório de Química Ambiental, pelo Instituto de Química da Unicamp e pela empresa alemã Degussa, foi realizado de 25 a 27 de agosto. A cada dois anos, o evento reúne pesquisadores dedicados ao estudo de processos oxidativos avançados e problemas de interesse ambiental.


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