A microbiota intestinal agradece
19 de setembro de 2005

Pesquisadores da USP fazem queijo tipo minas frescal com culturas de bactérias probióticas capazes de inibir a proliferação de microrganismos patogênicos no intestino humano

A microbiota intestinal agradece

Pesquisadores da USP fazem queijo tipo minas frescal com culturas de bactérias probióticas capazes de inibir a proliferação de microrganismos patogênicos no intestino humano

19 de setembro de 2005

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP) estão estudando a produção de alimentos que, além de saborosos, são altamente nutritivos.

Uma novidade está na formulação de um queijo do tipo minas frescal com culturas de bactérias probióticas. No intestino humano, tais bactérias liberam substâncias capazes de inibir a proliferação de microrganismos causadores de doenças.

"As bactérias probióticas sobrevivem à digestão e ajudam no equilíbrio da microbiota intestinal. Isso ocorre por meio da competição com os microrganismos causadores de doenças e da produção de compostos com elevada atividade antimicrobiana, como ácidos orgânicos, bacteriocinas e peróxido de hidrogênio", disse Susana Saad, coordenadora dos estudos e professora da FCF, à Agência FAPESP.

As três culturas de bactérias probióticas utilizadas durante o processamento do queijo apresentaram bons resultados: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus paracasei e Bifidobacterium animalis. Além de fazer bem ao organismo humano, o produto final não teve sabor e textura modificados.

"As bactérias probióticas adicionadas ao leite durante a produção de produtos lácteos se mostraram capazes de inibir também a ação de linhagens patogênicas de Escherichia coli, Salmonella, Shigella e Campylobacter, microrganismos causadores de distúrbios gastrintestinais", conta Susana. "Elas se mostraram excelentes para melhorar o funcionamento do intestino e reduzir os perigos de contaminação de origem alimentar."

A pesquisadora explica que, além de diminuir a acidez do queijo, o Lactobacillus acidophilus reduziu a proliferação de microrganismos contaminantes no próprio alimento, o que pode aumentar a vida de prateleira do produto. "Com isso, o queijo pode ser consumido com segurança num período de até 15 dias", disse Susana.

Outras pesquisas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas vêm testando a utilização de bactérias probióticas em alimentos como queijo cremoso, sobremesas lácteas e queijos petit-suisse. Segundo a pesquisadora, apesar dos efeitos benéficos de muitos probióticos à saúde humana, essas culturas são usadas comercialmente no Brasil predominantemente na produção de leite fermentado.


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