Etanol brasileiro é exemplo de como os países industrializados podem substituir parte de suas matrizes energéticas por um combustível renovável, afirmam participantes da BBEST (foto:Eduardo Cesar)
Etanol brasileiro é exemplo de como os países industrializados podem substituir parte de suas matrizes energéticas por um combustível renovável, afirmam participantes da Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference
Etanol brasileiro é exemplo de como os países industrializados podem substituir parte de suas matrizes energéticas por um combustível renovável, afirmam participantes da Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference
Etanol brasileiro é exemplo de como os países industrializados podem substituir parte de suas matrizes energéticas por um combustível renovável, afirmam participantes da BBEST (foto:Eduardo Cesar)
Por Elton Alisson, de Campos do Jordão
Agência FAPESP – O etanol brasileiro é um bom exemplo de como os países industrializados podem tornar os biocombustíveis uma alternativa para substituir parte de suas matrizes energéticas por uma fonte de energia renovável.
A avaliação foi feita pelos participantes de mesa-redonda sobre qual o volume de biocombustíveis que pode ser produzido no mundo, realizada durante a primeira Conferência Brasileira de Ciência e Tecnologia em Bioenergia (Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference, BBEST), que ocorreu de 14 a 18 de agosto em Campos do Jordão.
De acordo com dados apresentados por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, cerca de 47% da energia utilizada no Brasil atualmente é proveniente de fontes renováveis, contra 13% da média mundial e 7,2% nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, na sigla em inglês).
Do total de energia renovável utilizada no Brasil, 18% é derivada da cana-de-açúcar. “Isso é algo muito importante e nos leva a crer que é possível outros países industrializados terem mais de 25% de sua energia vinda de fontes renováveis”, disse.
Brito Cruz também destacou que, no Estado de São Paulo – que responde por 34% do PIB brasileiro –, há uma situação bastante singular. O número de veículos automotivos em relação à população é comparável ao de países como França, Espanha e Japão.
E o uso de etanol de cana-de-açúcar pela frota de veículos do estado, que consome 63% do volume de etanol produzido no país, fez com que a participação do petróleo na matriz energética estadual caísse de 60% para 33% no período de 1980 a 2008.
“Isso também mostra que, em algumas regiões do mundo, é possível dobrar a participação dos biocombustíveis em suas matrizes energéticas”, disse.
Para Richard Flavell, diretor científico da empresa de bioenergia Ceres, a quantidade de bioenergia que será produzida no mundo para substituir parte do petróleo nos próximos anos dependerá não apenas de fatores como a disponibilidade de terra para o cultivo de plantas que possam ser convertidas em combustível, mas da forma como esse processo será implementado.
“A realização dessa meta dependerá da criação bem-sucedida de canais de produção economicamente viáveis, estáveis e sustentáveis, como os que existem no Brasil para a produção de etanol da cana-de-açúcar”, apontou.
Flavell também destacou pontos como políticas governamentais, legislação nacional e internacional, tornar a conversão da biomassa lignocelulósica em biocombustíveis em um negócio rentável e os custos de produção de matérias-primas como fatores que deverão impactar no desenvolvimento de biocombustíveis no mundo.
Jeremy Woods, professor do Imperial College London, elencou quatro caminhos fundamentais para aumentar o suprimento de biomassa. “Será preciso expandir a área de cultivo de plantas que podem ser convertidas em biocombustíveis em escala nacional e global, aumentar o rendimento, reduzir custos e aumentar a eficiência da produção, da conversão e do uso da biomassa, integrando os benefícios”, disse.
Já na avaliação de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, vice-presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), alguns dos principais desafios para o etanol brasileiro são retornar o ciclo de investimentos no setor, que foi afetado pela crise econômica global em 2008, além de reduzir a sazonalidade e a volatilidade de preço do combustível e aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento no setor.
“Isso terá importantes consequências na redução dos custos de fabricação do etanol brasileiro”, disse.
A 1st BBEST teve apoio da FAPESP, BIOEN-FAPESP, CNPq, Capes, CTBE, UNICA, Braskem, Embraer, BP Biofuels Brazil, Monsanto e Oxiteno.
Mais informações: www.bbest.org.br
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