Como o horário eleitoral gratuito influencia a eleição. Segundo pesquisadores, ao contrário do mito, horário eleitoral funciona e ajuda o eleitor (ilust.: Bueno)
Como o horário eleitoral gratuito influencia a eleição. Segundo pesquisadores, ao contrário do mito, horário eleitoral funciona e ajuda o eleitor. Leia em Pesquisa FAPESP
Como o horário eleitoral gratuito influencia a eleição. Segundo pesquisadores, ao contrário do mito, horário eleitoral funciona e ajuda o eleitor. Leia em Pesquisa FAPESP
Como o horário eleitoral gratuito influencia a eleição. Segundo pesquisadores, ao contrário do mito, horário eleitoral funciona e ajuda o eleitor (ilust.: Bueno)
Por Carlos Haag
Revista Pesquisa FAPESP – Interrompemos nossa leitura para um aviso importante: pesquisa recente feita pelo Datafolha revela que 45% dos eleitores não têm nenhum interesse em assistir na TV ao Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) e 38% dos espectadores afirmam que o horário eleitoral não terá nenhuma importância na hora de definir o seu voto para prefeito.
Ao mesmo tempo, o programa custará aos cofres públicos cerca de R$ 242 milhões, valor que a Receita Federal deixará de arrecadar em razão da isenção fiscal concedida às emissoras de rádio e TV para transmitir propaganda partidária, que não é paga nem pelos candidatos, nem pelos partidos políticos.
Nos últimos sete anos a perda de arrecadação chegou a quase R$ 2,1 bilhões. O HGPE entra nas casas dos eleitores no horário mais nobre do dia, na hora do descanso, na hora da família e, é claro, antes da novela, obrigando os espectadores a esperar 30 minutos, recheados de promessas de campanha e muitos “vote em mim”, antes de ver as mais recentes maldades da vilã Flora.
Num país em que 90% dos domicílios (segundo a Media Dados) possuem televisão, meio que é o principal canal de informação para a grande maioria dos brasileiros, essa meia hora de interrupção do lazer cotidiano com a propaganda política não seria um “sacrifício” demasiado e inútil?
“A análise das pesquisas de intenção de voto correlacionada com o horário político mostra que os programas possuem um alto nível de efetividade, ainda que contrarie o senso comum de que eles têm baixa audiência e reduzido impacto político. A campanha eleitoral de fato só começa a se definir após a entrada do horário”, afirma Fernando Antônio Azevedo, coordenador do programa de pós-graduação em ciência política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e diretor da Associação Brasileira em Comunicação Política.
“Em quase todas as capitais brasileiras temos exemplos de candidatos que estavam atrás na corrida eleitoral antes do HGPE e que passaram a liderar as pesquisas, ou cresceram expressivamente, após ter sua visibilidade aumentada na mídia eletrônica, via programas políticos, via veiculação de suas peças publicitárias”, observa.
Afinal, segundo o pesquisador, o candidato entra “virtualmente” na casa de cada eleitor e mesmo que o eleitor não veja todos os programas ou que a propaganda não seja uma experiência prazerosa como uma novela, nos seus 45 dias de veiculação, nota, “em algum momento o eleitor estará exposto ao horário e pesquisas do Ibope revelam que o HGPE atinge audiências em torno de 30% a 40%, o que é um número altamente expressivo e desmente a suposta rejeição do eleitor”.
Clique aqui para ler o texto completo na edição 152 de Pesquisa FAPESP.
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