Foto: T. Geders

A estrutura do citocromo
03 de outubro de 2003

Pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, determinam a estrutura molecular de uma complexa proteína encontrada em gêiseres e responsável pela regulagem dos processos de fotossíntese

A estrutura do citocromo

Pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, determinam a estrutura molecular de uma complexa proteína encontrada em gêiseres e responsável pela regulagem dos processos de fotossíntese

03 de outubro de 2003

Foto: T. Geders

 

Agência FAPESP - Se o processo de fotossíntese realizado principalmente pelas plantas é de fácil percepção, descobrir todos os processos físico-químicos que ocorrem dentros das células dos vegetais é bem mais complicado. Para galgar mais alguns degraus nessa escada, pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, determinaram a estrutura molecular do complexo citocromo, proteína responsável pela regulagem das reações fotossintéticas.

Para chegar à estrutura molecular, os cientistas estudaram uma cianobactéria, organismo que apresenta uma única célula, encontrada normalmente em gêiseres, como os que existem no parque Yellowstone, na Cordilheira dos Andes e em várias outras regiões vulcânicas do globo.

Decifrar novos meandros da fotossíntese será importante para os cientistas entenderem melhor como a energia química circula entre os seres vivos. Com a determinação da estrutura do citocromo será possível, por exemplo, investigar de forma mais detalhada como as células aprisionam e distribuem a energia que circula por elas.

"Apenas a ponta do iceberg". Foi como os cientistas responsáveis definiram o estudo, publicado na edição on-line da revista Science no dia 2. Os dois principais autores do trabalho são Genji Kurisu, visitante da Universidade de Osaka, e Huamin Zhang, pesquisador do Departamento de Ciências Biólogicas de Purdue.

O artigo contém uma descrição detalhada – e inédita – de como os prótons e os elétrons cruzam a membrana celular da cianobactéria. A polaridade ao lado da parede da célula muda de acordo com o grau de excitação proveniente da energia solar. Ora ela é positiva, ora negativa, dependendo do lado da membrana que se analisa. Os elétrons viajam pelo interior da célula carregados pelas moléculas de proteínas.

Apesar de os animais não realizarem fotossíntese, os pesquisadores acreditam que a descoberta poderá ter implicações inclusive para eles. As proteínas utilizadas pelos animais na respiração, por exemplo, é semelhante à dos vegetais.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.